A contas com a justiça, Deutsche Bank tem prejuízo de 1,9 mil milhões - TVI

A contas com a justiça, Deutsche Bank tem prejuízo de 1,9 mil milhões

Deutsche Bank

Custos dos processos judiciais em que o banco alemão está envolvido - pelo seu papel na crise imobiliária iniciada nos EUA em 2007 -, menos negócios e situação da banca europeia em geral tiveram reflexos nos resultados do banco a fechar 2016

O Deutsche Bank teve um prejuízo de 1,9 mil milhões de euros no quarto trimestre do ano passado, que comparam com as perdas de 2,12 mil milhões de euros registadas em 2015. O banco alemão fechou 2016 prejudicado pelos custos dos processos judiciais em que está envolvido - pelo seu papel na crise imobiliária iniciada nos EUA em 2007 -, bem como por menos negócios e pela situação da banca europeia em geral.

A receita de negociação de dívidas, a maior fonte de rendimento do banco, subiu 11% em relação ao ano anterior, para 1,38 mil milhões de euros. Ficou abaixo das estimativas dos analistas consultados pela Bloomberg, que perspetivavam um encaixe de 1,68 mil milhões. Já a receita de negociação de ações caiu 23% para 428 milhões de euros.

"Os nossos resultados para o ano de 2016 foram fortemente impactados por ações de gestão decisivas tomadas para melhorar e modernizar o banco, bem como pela turbulência do mercado", afirmou o presidente executivo John Cryan, num comunicado citado pela Reuters. 

Nos últimos dois meses, o Deutsche concordou pagar acordou pagar 7,2 mil milhões de dólares, qualquer coisa como 6,8 mil milhões de euros, para encerrar o caso com o Departamento de Justiça norte-americano. Porém, inicialmente as autoridades dos EUA queriam aplicar a maior multa alguma vez inflingida a uma instituição financeira estrangeira, no país: 14 mil milhões de dólares.

No fim de contas, acabou por pagar cerca de metade, mas até esse acordo chegar as ações foram muito penalizadas em bolsa. 2016 foi um ano difícil para o banco e as investigações que ainda não terminaram continuam a preocupar os investidores.

Em outubro, o maior banco alemão levou mais um golpe: uma nova multa de 8,6 milhões de euros, que se seguiu a esta que foi negociada com os Estados Unidos. Pelo meio, está em curso um plano de reestruturação em curso para conter custos que passa, entre outras coisas, por parar de contratar pessoal.

O CEO faz uma leitura positiva do desempenho do banco no meio deste turbilhão: "Nós provámos a nossa resistência num ano particularmente difícilTerminamos 2016 com índices de capital e liquidez agradáveis ​​e estamos otimistas depois de um início promissor para este ano ".

Os títulos já subiram mais de 10% neste início de 2017. Cada uma vale 19,18 euros, mais do que duplicando em relação aos mínimos de vários anos alcançados em setembro.

Mas perdeu quota de mercado para os bancos de Wall Street. Alguns deles mais que duplicaram as receitas de obrigações, em parte devido a uma redução de paridade nos seus bancos de investimento, tendo-se libertado de produtos e cortado laços com milhares de clientes.

 

Continue a ler esta notícia