PT teve de se endividar para aplicar 900 milhões na Rioforte - TVI

PT teve de se endividar para aplicar 900 milhões na Rioforte

Relatório da PwC feito à operação, a que a TVI teve acesso, diz ainda que a PT não fez qualquer análise de risco e não se sabe se foi a mais vantajosa

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O relatório feito ao empréstimo da PT à Rioforte, feito pelo consultora PriceWaterHouseCoopers, conclui que a Portugal Telecom teve de se endividar para manter as aplicações financeiras junto do Grupo Espírito Santo. A notícia da TVI surge no dia em que a Polícia Judiciária está a efetuar buscas na sede da empresa, em Lisboa. Neste inquérito, segundo a Procuradoria-Geral da República, estão em causa suspeitas de participação económica em negócio e burla qualificada
 
O documento, a que a  TVI teve acesso, conclui que a PT não efetuou qualquer análise de risco antes das aplicações financeiras. E também não terão sido efetuadas quaisquer consultas ao mercado para avaliar qual a aplicação de título mais atrativa para o grupo PT SGPS.
 
Ou seja, a consultora não conseguiu concluir se a aplicação foi, de facto, a mais vantajosa para a empresa. A PwC também não conseguiu concluir sobre quem aprovou as operações. Com exceção de algumas situações em que foi possível verificar a aprovação de Luís Pacheco de Melo, administrador financeiro da PT e/ou de Carlos Cruz, diretor financeiro da PT.
 
Outra das conclusões deita por terra o argumento de que os empréstimos eram realizados apenas com os excedentes de tesouraria da PT. A PwC diz que a PT teve de aumentar o seu nível de endividamento quando não precisava de o fazer, apenas para que pudesse comprar papel comercial da Rioforte.
 
A consultora diz ainda que nos relatórios de 2012, 2013 e do primeiro trimestre de 2014 nunca foram evidenciadas as aplicações em títulos emitidos pela ESI ou pela Rioforte. De acordo com as regras da PT, os excedentes de tesouraria apenas podiam ser aplicados a prazos não até 180 dias.
 
E se cada uma das operações, individualmente considerada, não excedia esse prazo, somando os períodos sucessivos em que o dinheiro estava investido, o prazo máximo foi ultrapassado.
 
A PwC refere que não teve acesso a toda a informação necessária para apurar toda a extensão das operações, até porque as irregularidades e atos ilegais, incluindo fraude, encontram-se frequentemente encobertos, podendo não ter sido detetados neste relatório.
 
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