ANA: Corporación America admite subir preço da oferta - TVI

ANA: Corporación America admite subir preço da oferta

Martin Eurnekian

Privatização prévia da TAP pode ser determinante para valor da operação

A Corporación America, empresa que lidera um dos consórcios concorrentes à privatização da ANA - Aeroportos de Portugal, admite elevar o preço da sua oferta.

Num encontro com jornalistas, e sem adiantar valores sobre o valor oferecido na proposta não vinculativa, questionado sobre a possibilidade de elevar a oferta na proposta final, que terá de ser apresentada até 14 de dezembro, o CEO da Corporación America Airports, Martin Eurnekian, respondeu: «Claro que sim».

E, sublinhando que o Governo quer uma transação «rápida», garante ter «capacidade financeira» para a realizar de imediato.

Por outro lado, o responsável admitiu também não avançar com uma proposta vinculativa, caso na informação entretanto disponibilizada pelo Governo (nas últimas 48 horas receberam o contrato de concessão, que estão a analisar) exista «algum dado grave que não possa ser alterado».

No entanto, a intenção do grupo argentino, que lidera o consórcio EAMA (onde participam também a Sonae Sierra, Emparque e a Auto Sueco), é avançar com uma oferta definitiva e, se vencer, manter-se na operação da ANA «a longo prazo», provavelmente pelo período da concessão, que é de 50 anos, disse o CEO para a área de aeroportos, Martin Eurnekian (na foto).

Além do consórcio EAMA, estão na corrida pela ANA mais quatro concorrentes: o consórcio Blink, liderado pela colombiana Odinsa, a francesa Vinci, a alemã Fraport, e os suíços da Flughafen Zürich, um consórcio entre o aeroporto de Zurique e um investidor privado. As ofertas não vinculativas apresentadas pelos cinco concorrentes chegam a rondar os 2,6 mil milhões de euros, segundo revelou a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque.

Venda prévia da TAP pode ser determinante para o negócio

A Corporación America admite que a solução que vier a ser adotada para a TAP, que se encontra também em processo de privatização, pode ser determinante para a estratégia a seguir na ANA.

Considerando que ter «certezas sobre o futuro da TAP» terá um «grande impacto na ANA, no curto e no médio prazo», Martin Eurnekian considerou «desejável» que a venda da transportadora seja feita antes da privatização da gestora de aeroportos.

Por isso mesmo, esclarece, se a venda da TAP for decidida até 14 de dezembro, isso será tido em conta na proposta que a Corporación America fará pela ANA.

ANA será porta de entrada na Europa e ligação à América Latina

Com 50 aeroportos sob gestão, a larga maioria na Argentina e outros países da América Latina, incluindo Brasil, o grupo tem presença na Europa ainda limitada: em Itália (na Sicília) e na Arménia. Por isso, a sua estratégia para a ANA passa por usar a empresa - e Portugal ¿ como a sua porta de entrada na Europa.

De tal forma que, caso vençam a privatização da ANA, os argentinos admitem perder o interesse noutros processos em curso ou planeados para breve na Europa, como Espanha e Milão. «A ANA será a nossa marca europeia, de crescimento na Europa».

A ligação à América Latina é para explorar como uma «valiosa vantagem sobre os demais concorrentes», e como forma de impulsionar o crescimento da empresa, além de contribuir para o crescimento do tráfego dos aeroportos portugueses, contribuindo para o turismo, a economia e para o emprego em Portugal.

Grupo admite investir noutros setores em Portgal

O grupo Corporación America tem, além dos aeroportos, outras áreas de atuação, que vão da energia à tecnologia, à banca ou aos serviços financeiros, entre outros. A construção e gestão de aeroportos é a sua principal aposta e representa mais de 50% dos seus negócios, por isso, é através dessa área que o grupo «entra nos países e assenta a sua presença».

Mas, uma vez «confortável», o grupo pode apostar em investimentos noutros setores, algo que, admite Martin Eurnekian, pode acontecer em Portugal: «O nosso objetivo é ser um player no mercado português e queremos investir noutras áreas», disse.
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