Ações do BCP afundam 7,6% para mínimos de quase três anos - TVI

Ações do BCP afundam 7,6% para mínimos de quase três anos

O índice PSI-20 caiu 1,41%, penalizado pelo forte tombo do Millenium BCP e também pelas quedas da Jerónimo Martins e CTT. Os mercados europeus foram penalizados pelo fecho negativo das praças asiáticas. De um modo geral, as ações globais estão em mínimos de dois anos

Entre os atuais 18 títulos do PSI-20, 14 fecharam em terreno negativo. As ações do Millenium BCP foram as que mais castigaram o índice de referência nacional e tombaram 7,56%.

Os títulos do maior banco privado português prolongaram as fortes quedas da sessão de ontem, tendo chegado a afundar 10% para um mínimo em quase três anos, pressionadas por vários factores de risco que poderão penalizar os seus rácios de capital, segundo operadores. Estas quedas acontecem na sequência das notícias recentes vindas da Polónia, dos crescentes receios quanto a um eventual aumento de capital. É um título que tem um fluxo de notícias negativo há já algum tempo", disse Albino Oliveira, analista da Fincor, citado pela Reuters.

Pressão adicional por parte da Jerónimo Martins, que recuou 2,73%, e dos CTT, que perderam 2,12%.

A Mota-Engil afundou 6,09%, e chegou a tombar 7% para 1,801 euros, tocando mínimos de Abril de 2013, num movimento de correção influenciado também pelo corte de avaliação feito pelo Caixa BI, para 3 euros dos anteriores 3,6 euros. A Mota-Engil "foi um papel que subiu bastante nos últimos três anos, e agora está numa tomada de correção. Temos também o corte de avaliação a penalizar o título", explicou Paulo Rosa, da GoBulling.

A Galp Energia desvalorizou 0,05%. A empresa confirmou a descoberta de petróleo leve nos reservatórios do pré-sal no terceiro poço da área de Carcará, na Bacia de Santos no Brasil, no qual tem uma participação de 14%.

A Pharol desvalorizou 5,24%. As ações da maior acionista da telecom brasileira Oi chegaram a recuar 6%, com os investidores preocupados perante as fracas perspetivas operacionais da Oi, agravadas pelos crescentes problemas macro económicos do Brasil.

A Sonae deslizou 0,19%. A retalhista vai expandir a insígnia Sport Zone para França, com a abertura de uma loja em ‘franchising’, num centro comercial operado pela Carrefour, em Amiens, prosseguindo o esforço de internacionalização.

A Altri recuou 1,42% para 3,459 euros, apesar de o Haitong ter revisto em alta o preço-alvo para 4,30 euros (era de 4,20 euros), e reiterado a recomendação de ‘Buy’, realçando o potencial face à cotação atual.

Pela positiva, destaque para as ações da EDP Renováveis, que ganharam 0,98%, liderando os ganhos na Euronext Lisboa. A EDP subiu 0,38%. O HSBC subiu ontem a recomendação da EDP Renováveis para 'Buy' de 'Hold', realçando que esta subsidiária da EDP tem potencial de crescimento, embora tenha cortado o preço-alvo em 4% para 7 euros por ação.

A REN subiu 0,08% para 2,646 euros. O Barclays cortou ligeiramente o alvo que atribui à gestora de redes energéticas, mas vê potencial de valorização e está positivo quanto às perspetivas da empresa, cujo contexto regulatório ficará mais claro em 2016.

ÁSIA CONTAGIA

As bolsas asiáticas desvalorizaram para mínimos de três anos e meio e contagiaram as praças europeias, após divulgado que os lucros no sector da indústria, na China, caíram quase 9% em agosto, em termos homólogos, sendo a queda mais acentuada dos últimos quatro anos.

A Europa foi afetada e o Eurofirst perdeu 0,58%. O índice chegou a perder 1,7% durante a manhã, após ter recuado 2% na sessão anterior, em que ficou a 0,8% de estabelecer um novo mínimo deste ano. O Eurofirst perdeu cerca de 20% desde abril, altura em que atingiu um pico desde 2000. Os sinais de abrandamento da economia chinesa têm penalizado as bolsas mundiais, castigando particularmente as cotadas com maior exposição a esse mercado.

Em sentido contrário, o desempenho da mineira Glencore, que ganhou 16,95%, trouxe alguma animação ao dia na Europa. As ações da gigante mineira recuperaram parcialmente da queda de 30% de ontem, quando foram castigadas por preocupações exageradas relativas à dívida da empresa.

A alemã Volkswagen continua a ser penalizada pelo escândalo sobre o falseamento de emissões e as suas ações tombaram 4,13%.

No mercado petrolífero, o barril de Brent sobe 2,1% em Londres, para 48,34 dólares e o crude Nymex ganha 2% em Nova Iorque, para 45,32 dólares, beneficiados por expectativas de uma redução dos ‘stocks’ nos EUA.
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