O principal destaque vai para mais um tombo do Millennium BCP, que afundou 7,92% para o mínimo histórico de 0,0221 euros, apesar do regulador de mercados ter proibido as vendas a descoberto deste título. No espaço de uma semana, as ações do BCP recuaram cerca de 30%, em três meses perderam 44,5%, em seis meses 55% e em um ano afundaram 74,6%.
Operadores explicam que a queda de hoje acontece após a gestora de fundos Blackrock ter reduzido a participação para menos de 2% e face aos crescentes receios de que o banco venha a necessitar de reforçar o capital. "É uma altura complicada para a cotação dos títulos do BCP. Além dos pontos que andavam a pressionar o papel, tivemos a saída da Blackrock de posição qualificada", disse o corretor da Golden Broker, Luís Castro, citado pela agência Reuters, acrescentando que “tivemos dois aumentos de capital na banca europeia nos últimos 15 dias, do Banco Popular e do Banco Populare. De alguma maneira, esse receio passa pela mente dos investidores".
A Comissão de Mercado de Valores Mobiliários voltou a proibir as vendas a descoberto com ações do Millennium BCP durante a sessão de hoje.
As ações do BPI fecharam a descer 0,09% para 1,141 euros. Este banco está sob uma oferta do espanhol Caixabank que oferece 1,113 euros por ação.
A sustentar os ganhos do índice estiveram as energéticas EDP, EDP Renováveis e Galp Energia, com subidas de 1,16%, de 1,05% e de 1,37%, acompanhando os ganhos das pares europeias.
Suporte adicional da telecom NOS, que subiu 1,17%, da Pharol que somou 2,07%, da Altri a ganhar 1,58% e da Jerónimo Martins que avançou 0,63%.
Na Europa, as principais bolsas encerraram em terreno positivo, com ganhos de até 1,03% em Londres, impulsionadas pelas valorizações das petrolíferas e das mineiras.
Por sua vez, o barril de Brent avança 1,77% para 50,52 dólares, em Londres, tendo já fixado um novo máximo de sete meses nos 50,83 dólares.
No mercado de dívida, a taxa das Obrigações do Tesouro a 10 anos sobe três pontos base (pb) para 3,22%, em linha com as equivalentes da periferia da zona euro, com o escalar dos receios sobre o 'Brexit' a levar os investidores para a segurança dos 'bunds' alemães. Na próxima quarta-feira o Tesouro português vai colocar até 1.000 milhões de euros de obrigações com maturidades em Abril de 2021 e Outubro de 2025.