A Bolsa de Lisboa fechou negativa, castigada pelo tombo superior a 8% do Millennium BCP e de quase 7% do BPI, com os investidores a reagirem mal à possibilidade do Governo agravar taxas sobre a banca para que o Orçamento de Estado de 2016 obtenha a aprovação de Bruxelas. O índice PSI20 encerrou a perder 1,17%.
O BCP perdeu 8,33% para 0,0341 euros e o BPI 6,93% para 0,913 euros. "Naturalmente, um aumento (da taxa de contribuição) é negativo para a banca," disse Steven Santos, gestor do BiG-Banco de Investimento Global, citado pela agência Reuters. Segundo alguma imprensa, o Governo poderá subir a contribuição da banca, que reverte para o Fundo de Resolução, de 0,085% para 0,1%, alargando também a taxa para bancos que operam em Portugal mas que não têm sede no país, como o Deutsche Bank e o Bankinter.
A EDP desceu 1,86% e a telecom NOS 1,32%. O regulador ANACOM, quer que todas as telecoms adoptem um período de fidelização de apenas 12 meses nos pacotes convergentes, metade do período usual, afirmou a Presidente, que submeteu várias propostas na Assembleia da República.
A Sonae desceu 3,7% e os CTT 1,18%.
A Portucel, que apresenta amanhã resultados, desceu 0,53%. O lucro da produtora de pasta de papel e de papel terá tido uma queda homóloga de 10% para 43,6 milhões de euros no quarto trimestre de 2015, com a taxa 'anti-dumping' nos EUA a contrariar o forte desempenho operacional. A Pharol afundou 5,7% e a Mota Engil 2,82%.
Pela positiva, a Galp ganhou 1,87%, a beneficiar do disparo de 5,3% do preço do barril de Brent para 34,5 dólares.
A Jerónimo Martins também resistiu, fechando a ganhar 1,14%. A Haitong considera que as alterações propostas sobre as vendas ao fim-de-semana na Polónia, cujo imposto poderá vir a ter dois escalões, não terá impacto na subsidiária Biedronka.
No mercado de dívida, a taxa das Obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos cai 7 pontos base (pb) para 2,74%.