Chegou o dia 3 de outubro e, com ele, a eleição mais discutida de sempre na Autoeuropa. Os cerca de 4.800 trabalhadores elegem hoje a nova comissão de trabalhadores até 2020.
Isto depois de os funcionários terem cumprido, no final de agosto, o primeiro dia de greve de sempre na empresa. Na base do protesto, os novos horários de trabalho aos sábados. Uma situação ainda por resolver e que a nova comissão de trabalhadores irá negociar com a administração.
O Diário de Notícias adianta na sua edição de hoje que a empresa pretende resolver o problema caso a caso. Duas psicólogas estão a tentar arranjar soluções para que os casais consigam conciliar a vida profissional e familiar e, assim, acompanhar os seus filhos, no novo regime horário.
A 8 de setembro, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins garantiu que a administração da Autoeuropa está a tentar reduzir o número de sábados que cada trabalhador terá de fazer para cumprir os níveis de produção previstos para o novo veículo T-Roc.
Na última reunião, ainda sem nova comissão eleita, o sindicato que representa os trabalhadores da Autoeuropa disse que "estão abertos os canais para o diálogo".
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Listas concorrentes
Na eleição de hoje, entre as listas contam-se independentes, mas também listas afectas à UGT e CGTP. Há ainda uma lista que, pela primeira vez, apresenta candidatos ligados à área de escritórios, os chamados técnicos indirectos.
Os novos horários implicariam uma folga fixa ao domingo e uma rotativa ao longo da semana. Em troca, os trabalhadores receberiam mais 175 euros por mês, 25% de subsídio de turno e um dia adicional de férias.
Os funcionários rejeitaram o pré-acordo e avançaram então para a greve histórica na fábrica de Palmela. Pese embora o dia de paralisação, a Autoeuropa produziu 18 vezes mais em agosto.