«Tenho a certeza que, se esta tragédia não tivesse acontecido, eles acabariam por honrar essas aplicações».
A «confiança» estava estabelecida, então, no âmbito da «parceria estratégica» com o BES, tal como já tinha veiculado Zeinal Bava na comissão de inquérito.
«O BES propunha, aconselhava e vendia as aplicações (…) A nossa confiança era no quadro da parceria, na prática continuada e no facto de as operações serem sempre pagas. Nunca tivemos um incidente, nem uma ameaça disso».
Na audição da semana passada, Bava chegou a falar em «conforto» nos investimentos nas empresas do GES , mas Granadeiro corrigiu a interpretação, assegurando que nunca foram apresentadas cartas de conforto como garantia.
O ex-presidente da PT confirmou, no entanto, que, dentro da operadora, os investimentos no GES eram vistos como operações com o banco e não com a área não-financeira.
«Aquilo que estava enraizado é que a operação era com o BES e que o BES honraria o seu pagamento, como sempre honrou».
Daí, explicou, nunca se referir ao Grupo Espírito Santo, porque esta terminologia foi uma criação decorrente das exigências do Banco de Portugal de separação do ramo financeiro e não-financeiro.
«Usei sempre a nomenclatura que era usada invariavelmente ao longo 14 anos. Era conhecido por Grupo Banco Espírito Santo. E o BES tinha o seu valor em garantir estas operações com um parceiro».