Espanha vai perder 953 milhões com subida do desemprego

Os cofres públicos espanhóis vão perder mais de 953 milhões de euros com o impacto do aumento de 366 mil desempregados, no primeiro trimestre, nas receitas do imposto sobre o rendimento, segundo os técnicos do ministro da Fazenda.

Segundo as estimativas dos técnicos - divulgadas no mesmo dia em que se confirmou que a taxa de desemprego atingiu os 24,44 por cento em Espanha - se o desemprego continuar a aumentar, como previsto este ano, o custo para as contas públicas pode alcançar os 2.000 milhões de euros.

Em concreto, e trabalhando com a previsão da perda de 750 mil empregos este ano, os técnicos antecipam perdas elevadas no IRPF (equivalente espanhol ao IRS), o imposto que mais recursos representa anualmente para a administração pública.

Para chegar a este valor os técnicos calcularam uma perda média de receitas do IRPF de 15.611 euros por cada novo desempregado, ou que vão deixar de receber 11.371 milhões de euros de média por trabalhador, a quantia de rendimentos pessoais sujeita a tributação.

A estimativa é «muito prudente» segundo os técnicos, mas os valores podem ser mais elevados se o desemprego tocar, em particular, os trabalhadores mais velhos ou os com salários mais elevados.

De fora destes cálculos está o custo estatal em subsídios de desemprego para os novos desempregados, que teria necessariamente um efeito negativo adicional no défice público.

Também não está calculado o impacto na redução que se verifica no Imposto sobre Sociedades, já que as empresas reduziriam esses impostos pelo impacto que as indemnizações a pagar aos trabalhadores despedidos teriam na sua conta e resultados.

O o Instituto Nacional de Estatística (INE) espanhol confirmou que a taxa de desemprego em Espanha aumentou 1,59 pontos percentuais no primeiro trimestre deste ano para 24,44 por cento, com um total de 5.639.500 desempregados.