Previsão: Irlanda pede ajuda em 1 a 2 semanas e Portugal num mês - TVI

Previsão: Irlanda pede ajuda em 1 a 2 semanas e Portugal num mês

Teixeira dos Santos e José Sócrates, foto Lusa

Analista diz que Alemanha não vai deixar que situação dos periféricos a atinja

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É uma previsão e tem a validade que tem. O Royal Bank of Scotland (RBS) acredita que a Irlanda pedirá ajuda ao fundo de estabilização do euro e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) dentro de duas ou três semanas. Quanto a Portugal, não demorará muito mais: um mês.

A previsão, do analista Silvio Peruzzo é citada pelo espanhol «Cinco Dias» na sua edição online. O responsável falava na apresentação das previsões do banco para o crescimento da Zona Euro no fim de 2010 e no ano de 2011.

Peruzzo fala do medo de contágio na dívida europeia e diz ser provável que «no prazo de uma a duas semanas assistamos a uma intervenção na Irlanda e, num mês, em Portugal», por parte do Banco Central Europeu (BCE).

«Para as autoridades e complicado justificar uma intervenção deste tipo aos cidadãos, já que se põe em causa a solvência do país. Mas ainda que a Irlanda se debata, acabará por ceder às pressões da União Europeia, que precisa conter o risco», diz.

«Se (a UE) intervir agora, a situação pode ser controlada», mas «se não for, a economia pode sofrer um colapso», avisa.

O analista do RBS não descarta a possibilidade de uma bancarrota, ainda que a hipótese seja «remota» porque «a Alemanha não permitirá que o problema acabe por afectá-la».

Peruzzo diz que a União ainda não se deu conta de que todos os países do euro e não apenas os chamados periféricos, partilham os mesmos riscos: «todos estamos interligados, nem poderia ser de outra forma depois de dez anos de união monetária».

Já quanto a uma possível intervenção em Espanha, o analista não vê grande probabilidade, já que o país vizinho é demasiado grande para sofrer uma intervenção, mas «é provável que o BCE recorra nas próximas sessões à compra de dívida espanhola para estabilizar o mercado», porque é possível que a Espanha sofra também um ataque dos mercados em breve.

O economista diz que é preciso evitar que «um problema pontual se converta num mal sistémico que pode atrasar o crescimento». Para isso, defende, deveríamos «reestruturar a UE e antecipar um processo para coordenar melhor a forma de intervir em casos de crise como a que estamos a viver actualmente».
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