Itália pode ter que gastar dinheiro público para resgatar alguns dos seus bancos, avisa o membro do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu, Ewald Nowotny. Uma declaração que surge logo depois de aberta uma crise política em Itália, com a vitória do 'não' no referendo constitucional no país, que levou à demissão do primeiro-ministro, Matteo Renzi.
"A diferença entre Itália e outros Estados como a Alemanha e a Áustria é que, até agora, em Itália não houve nenhum auxílio estatal significativo ou tomadas de controle estatais" dos bancos, disse o responsável do BCE, que chefia também o banco central da Áustria, citado pela Reuters.
Por isso, não se pode excluir que seja necessário que o Estado tome participações (nos bancos) de alguma forma".
Os bancos italianos logo se ressentiram do resultado do referendo - que embora não sendo uma consulta para a saída do euro e da União Europeia, a acontecer a convocação de novas eleições há a hipótese de a extrema-direita ganhar e para lá caminhar.
A banca do país derrapou 4,2% na abertura da sessão, levando as perdas acumuladas no ano para 50%. É o setor bancário com pior performance em todo o mundo, segundo a Reuters.
O Monte dei Paschi de Siena afundou cerca de 7%, enquanto o Unicredit desceu 4,8%.A praça de Milão, no seu conjunto, deslizou 2%. As bolsas também abriram no vermelho, Milão com a maior queda. de 2%, mas rapidamente passaram para o lado dos ganhos, à exceção desta praça.