Tribunal de Contas Europeu fiscaliza gestão da ajuda externa - TVI

Tribunal de Contas Europeu fiscaliza gestão da ajuda externa

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Aplicação do dinheiro da União que faz parte do resgate será controlado por esta entidade

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O Tribunal de Contas Europeu vai fiscalizar a gestão das verbas do orçamento da União Europeia (UE) que integram o resgate internacional a Portugal, de acordo com um documento da instituição a que a agência Lusa teve acesso.

Num parecer posterior à aprovação do plano de resgate português, o tribunal diz mesmo que poderá fazer esse acompanhamento em Portugal. Fontes comunitárias disseram à agência Lusa que essa análise será sempre feita do ponto de vista das contas próprias da União Europeia.

«O Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (EFSM, na sigla inglesa) foi criado em 2010 para dar aos países da união ajuda financeira, com garantias do orçamento da UE. Até agora, foi atribuída assistência à Irlanda e Portugal», refere o parecer do Tribunal de Contas Europeu.

O documento, que remete para os termos do regulamento que cria o EFSM, diz que o Tribunal Europeu de Contas tem «o direito de desenvolver, nos Estados-membros beneficiários, todos os controlos financeiros e auditorias que considere necessários no que toca à gestão dessa assistência».

Para o Tribunal de Contas Europeu, «o foco principal será sempre no lado da União Europeia, e não sobre a forma como os Estados estão utilizar essas garantias», disse à Lusa a fonte comunitária.

Trata-se sobretudo de verificar se as garantias suportadas pelo orçamento comunitário estão reflectidas nas contas consolidadas da UE, «de forma verdadeira e fiel», acrescentou.

Quem vai fiscalizar o quê?

No entanto, quando, em 2013, o Mecanismo de Estabilidade Europeu (MEE) substituir o EFSM e o FEEF, o tribunal europeu considera, no parecer, como «uma questão importante» a forma «de dividir o trabalho» entre os auditores privados e públicos, «bem como entre as instituições europeias e os Tribunais de Contas» dos Estados-Membros.

O objectivo do Tribunal de Contas Europeu, presidido pelo juiz português Vítor Caldeira, é «contribuir para uma estrutura de transparência, para salvaguardar uma suficiente auditoria pública».

Para receber o empréstimo de 78 mil milhões de euros, ao abrigo de um acordo de ajuda financeira com o FMI, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia, Portugal ficando obrigado a aprovar diversas medidas para reduzir os gastos do Estado.

Nas condições para a atribuição do empréstimo estão, entre outras, a consolidação das finanças públicas, incluindo a redução do défice orçamental para 3% do produto interno bruto (PIB) até 2013.
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