Montepio passa de prejuízos a lucros de 30,1 milhões em 2017 - TVI

Montepio passa de prejuízos a lucros de 30,1 milhões em 2017

  • Atualizada às 18:47
  • 8 fev 2018, 18:01
Montepio - Lisboa (arquivo)

Resultados do Banco Montepio em 2017 seguem-se a quatro anos consecutivos de prejuízos, num total de 800 milhões de euros. Presidente diz não haver problemas de capital

A Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) conseguiu lucros de 30,1 milhões de euros em 2017, que comparam com os prejuízos de 86,5 milhões de euros de 2016, divulgou hoje o banco do grupo Montepio em comunicado ao mercado.

Os resultados positivos do Montepio em 2017 seguem-se a quatro anos consecutivos de prejuízos (2013, 2014, 2015 e 2016) superiores a 800 milhões de euros (em termos acumulados).

A entidade financeira do grupo Montepio diz que o resultado de 2017 se justifica pelas “evoluções favoráveis do produto bancário, ao beneficiar da recuperação do negócio ‘core’ [principal], dos custos operacionais e das imparidades”.

A margem financeira subiu 4,3% em termos homólogos para 263,9 milhões de euros, devido à redução dos custos de financiamento, nomeadamente dos depósitos a prazo e da dívida emitida, e as comissões aumentaram 15,3% para 117 milhões de euros.

Os resultados com operações financeiras quase duplicaram, face a 2016, para 72,8 milhões de euros, o que o banco atribui a “ganhos obtidos com a alienação de títulos”.

Já o produto bancário melhorou 36% para 505,2 milhões de euros.

Quanto a despesas, os custos operacionais desceram 5,5%, para 268,3 milhões de euros, com a redução dos trabalhadores e renegociação de contratos com fornecedores. Também os custos com pessoal caíram 5,5% para 156,4 milhões de euros.

O banco destacou, no comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a descida do rácio ‘cost to income’ (os custos face ao produto bancário) para 53,1%.

No final de 2017, o grupo Caixa Económica Montepio Geral tinha 3.837 trabalhadores, mais 31 do que em 2016.

Quanto a balcões, tinha 325, menos dois do que em 2016.

Ainda em 2017, o Montepio constituiu menos imparidades (provisões para perdas potenciais) do que no ano anterior. As imparidades para crédito foram 138 milhões de euros (-24%), as imparidades para outros ativos financeiros 6,7 milhões de euros (-85%) e as imparidades para outros ativos 11,7 milhões de euros (-71%).

Em novembro, o Montepio anunciou a venda de uma carteira de créditos em incumprimento no valor de 580,6 milhões de euros.

Banco sem problemas de capital

O presidente da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) disse entretanto que o banco não tem problemas de capital e que irá emitir este ano entre 200 e 250 milhões de euros de dívida para cumprir orientações europeias.

O que a Caixa [Económica] tem previsto é, na sequência de recomendações da Autoridade Bancária Europeia [EBA] e como outros bancos já fizeram, a colocação de obrigações subordinadas”, afirmou à Lusa o presidente do banco Montepio, Félix Morgado.

O gestor estimou entre “200 a 250 milhões de euros” o montante de dívida que o banco Montepio irá emitir este ano, referindo que este servirá para cumprir a recomendação da EBA, que obriga os bancos a terem várias qualidades de capital, e ainda para substituir parcialmente uma emissão de dívida que vence no segundo trimestre.

Félix Morgado destacou a melhoria dos rácios de solvabilidade com que o banco fechou 2017 - rácio de capital Common Equity Tier 1 (CET1) de 13,5% e rácio de capital total de 13,6% - para considerar que a Caixa Económica Montepio Geral tem uma situação sólida.

Estes rácios demonstram que aquilo que se tem falado de necessidades de capital da Caixa Económica Montepio Geral não tem aderência à realidade”, vincou.

As melhorias conseguidas nos rácios de capital em 2017, deveram-se ao aumento de capital feito em meados do ano passado pela Associação Mutualista Montepio Geral (único acionista da CEMG), à “geração orgânica de capital” e à “redução dos ativos ponderados pelo risco”, disse o gestor.

Mudança até março

A Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) decidirá, até março, sobre a mudança da sua marca, nomeadamente quanto ao nome que usa junto dos clientes para evitar confusões entre produtos do banco e da mutualista, disse também o presidente do banco.

De acordo com a determinação do Banco de Portugal, há um plano a ser preparado e trabalhado. Até março terá de ser tomada uma decisão em termos de marca”, afirmou Félix Morgado, referindo que em causa está a "denominação" com que o banco se apresenta aos clientes e que poderá mudar para evitar confusões de produtos financeiros da CEMG e produtos financeiros da Associação Mutualista Montepio Geral.

 

 

 

 

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