O Fundo Monetário Internacional receia que a retoma económica se faça sem baixar o desemprego, dado que se processa a um ritmo bastante lento.
«O crescimento não é suficiente. O objectivo de tudo isto é o emprego e o risco de uma recuperação sem emprego existe», afirmou o director do FMI, Dominique Strauss-Kahn, num encontro com agências de informação na sede daquele organismo, em Washington.
A recuperação económica «precisa de ser bem sustentada e, numa segunda fase, mesmo se a recuperação estiver fundamentada, a questão é saber quantos empregos criará a nível mundial».
Não se pode «dizer que a crise acabou antes de o desemprego diminuir verdadeiramente». Strauss-Kahn deu a Europa como exemplo: «Não é evidente que a taxa de crescimento que observamos actualmente permita este tipo de previsão».
Pode vir aí uma «guerra de divisas»?
Poderão os vários países entrar numa corrida para a desvalorização da sua moeda? O dirigente do FMI considerou «muito fraca» essa hipótese.
«Tenho a impressão de que hoje não há um grande risco de guerra de divisas mas isso faz parte dos riscos que pesam. Penso que essa possibilidade é muito fraca porque toda a gente sabe que grandes conflitos nesta matéria teriam repercussões negativas», afirmou, citado pela agência Lusa.
E nem a fragilidade de alguns bancos europeus é encarada como «um problema mundial».
«Nós fizemos o nosso próprio trabalho para olhar pelas defesas destas instituições para que possam resistir a uma situação de crise. Parece-nos que é tudo administrável, por isso não vejo um problema mundial ao nível do sector financeiro mundial».
FMI teme «recuperação sem emprego»
- Redação
- VC
- 29 set 2010, 07:54
Dominique Strauss-Kahn diz que crescimento económico mundial «não é suficiente»
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