Ricardo Salgado, antigo líder do Grupo Espírito Santo, despede-se de Mário Soares num artigo de opinião publicado no Negócios. Apelida-o de “grande Português” e diz que perdeu um “bom Amigo”.
No mesmo artigo em que o banqueiro assegura que Mário Soares se chocou com a nova destruição do Grupo Espírito Santo, agora por um PREC (Processo Revolucionário Em Curso) - golpe revolucionário de novembro de 1975 - de direita, de políticos despreparados e sem a visão de Estado que sempre o caracterizou.
“Faleceu um grande Português. Um entre os maiores políticos do séc. XX e XXI a quem o País fica muito a dever”.
Depois elogiar a coragem do antigo Presidente da República e destacar, na sua opinião, a importância decisiva que Soares teve “no período da democratização e do PREC até à consolidação da democracia em Portugal”, Salgado fala ainda do processo da descolonização português que diz ter sido “forçado pelas grandes potências e não devemos esquecer a teoria do dominó de Eisenhower para compreender o que aconteceu”.
Teve a lucidez de chamar os empresários espoliados em 1975, entre eles o Grupo Espírito Santo, o que contribuiu para um período de entrada de capitais sem precedentes que conjugava os fundos europeus aliados aos capitais destinados às reprivatizações. Isso permitiu reconstruir a economia do país"
E vai mais longe, dizendo que Mário Soares se chocou “com nova destruição do Grupo Espírito Santo, agora por um PREC de direita, de políticos despreparados e sem a visão de Estado que sempre o caracterizou”.
O antigo líder do Banco Espírito Santo conclui o artigo, afirmado que se sente “triste” mas “reconhecido e agradecido pela amizade dedicada por si e por Maria de Jesus Barroso à minha família mais direta, e a mim, especialmente no período subsequente à desgraça que ocorreu a 3 de Agosto de 2014”.