CaetanoBus: trabalhadores voltam a parar e exigem aumentos salariais - TVI

CaetanoBus: trabalhadores voltam a parar e exigem aumentos salariais

Nova nota de 20 euros

Algumas dezenas de trabalhadores da empresa cumpriram esta manhã mais uma hora de greve

Algumas dezenas de trabalhadores da CaetanoBus (Grupo Salvador Caetano) cumpriram esta quinta-feira mais uma hora de greve e concentraram-se frente à empresa, em Vila Nova de Gaia, exigindo aumentos nos vencimentos e o fim das diferenças salariais.

“Os trabalhadores saíram no horário previsto e estão concentrados junto à empresa determinados a continuar a sua luta, porque têm razão. A empresa assume uma posição de discriminação porque dá aumento de salários a uns e não dá aumentos aos trabalhadores mais ligados à produção”, disse à Lusa Daniel Sampaio do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (SITE-NORTE).

O dirigente sindical acusa a empresa de estar “numa postura prepotente, de não querer ouvir a razão dos trabalhadores”.

Contactada na segunda-feira pela agência Lusa, a administração da CaetanoBus informou em comunicado que “não vai satisfazer as reivindicações” dos grevistas, considerando que estas “são impraticáveis e que iriam agravar as diferenças salariais por categoria”.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte, “a empresa comprometeu-se com a Comissão de Trabalhadores que em 2016 haveria aumentos salariais para todos, mas 60% dos trabalhadores não teve qualquer aumento, enquanto alguns receberam mais 10 cêntimos, outros 50 cêntimos e algumas chefias 50 euros”.

Por outro lado, mantêm-se na CaetanoBus “diferenças salariais nas mesmas categorias”, defendendo o sindicato que seja feita uma uniformização.

O protesto de hoje organizado pelo sindicato, entre as 10:30 e as 11:30, segue-se a uma greve realizada entre as 14:00 e as 15:00, na segunda-feira, estando já agendadas novas paralisações e concentrações para terça-feira entre as 14:00 e as 15:00 e para dia 28 entre as 10:30 e as 11:30.

Salientando que “a política salarial cumpre a lei e o clausulado nas convenções coletivas de trabalho [CCT]”, situando-se “em média os salários da empresa acima das tabelas do CCT”, a administração da CaetanoBus rejeita as pretensões dos grevistas, assegurando que “por via do método proposto os aumentos iriam incidir maioritariamente sobre os salários mais altos de cada categoria, o que é uma flagrante contradição com o repetido discurso do sindicato e da Comissão de Trabalhadores”.

Num comunicado enviado à Lusa, a empresa do grupo Salvador Caetano, especializada no fabrico de carroçarias e autocarros, sustenta que a revisão salarial efetuada este ano “teve também como objetivo a redução das diferenças de salários por categoria profissional, pelo que foram maioritariamente aumentados os trabalhadores com menor rendimento dentro de cada categoria”.

“O salário – como é normal – reflete o desempenho individual de cada trabalhador e considera as características de cada função e a sua execução, mediante variáveis como quantidade e qualidade do trabalho, a natureza do mesmo, o absentismo, entre outras. A empresa lamenta que os benefícios sociais atribuídos aos trabalhadores, nomeadamente o acesso gratuito a serviços de saúde e comparticipação das mesmas despesas, incluindo o agregado familiar do trabalhador, sejam ignorados pelos sindicatos”, refere a administração.

No documento, a CaetanoBus diz ainda “lamentar que os trabalhadores sejam postos ao serviço de estratégias que provavelmente desconhecem”.

 

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