Greve/Enfermeiros: sindicatos reúnem-se com hospitais para afinar serviços mínimos - TVI

Greve/Enfermeiros: sindicatos reúnem-se com hospitais para afinar serviços mínimos

  • ALM com Lusa
  • 23 nov 2018, 13:48

Reivindicam uma carreira transversal a todos os tipos de contratos e uma remuneração adequada às suas funções, tendo em conta “a penosidade inerente ao exercício da profissão”, segundo as estruturas sindicais

Mais de 500 cirurgias foram adiadas no primeiro dia da greve cirúrgica dos enfermeiros, segundo os sindicatos, que estão a reunir-se com os hospitais para afinar os serviços mínimos para salvaguardar que nenhum doente grave fica por operar.

Neste momento, os sindicatos estão a reunir com os conselhos de administração para definir em acordo as equipas de serviços mínimos que ficarão a assegurar todas as situações que estão previstas no acórdão do Tribunal Arbitral”, disse hoje à agência Lusa a presidente da Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE), Lúcia Leite.

Na quinta-feira, as duas estruturas sindicais que convocaram a greve às cirurgias programadas em cinco hospitais públicos reuniram com o Centro Hospitalar do Porto e hoje com o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra.

Nestas reuniões, “ficaram definidos esses serviços porque “importa salvaguardar, por um lado, a clarificação para os enfermeiros de quantos têm que estar para assegurar serviços mínimos e, por outro lado, salvaguardar que nenhum doente grave fica por operar”, adiantou a enfermeira Lúcia Leite.

Os serviços mínimos nos blocos operatórios são assegurados por enfermeiros em greve no Centro Hospitalar Universitário de S. João, o Centro Hospitalar Universitário do Porto, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e o Centro Hospitalar de Setúbal.

Segundo a sindicalista, no primeiro dia de greve, que teve início na quinta-feira e se prolonga até 31 de dezembro, foram adiadas 506 cirurgias.

Todos os blocos estiveram a funcionar em serviços mínimos, a assegurar as situações urgentes e as urgências definidas internas.

“Tivemos um ou outro percalço relativamente a doentes que estavam programados” e que os enfermeiros foram forçados a assegurar como mínimos e que não se enquadravam neste âmbito, disse Lúcia Leite.

O objetivo das reuniões é “mesmo clarificar” estas situações, para “evitar divergências que venham a prejudicar, por um lado, os doentes e, por outro lado, criem situações de conflito que são perfeitamente desnecessárias”, salientou.

Convocada pela Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), a paralisação visa “parar toda a cirurgia programada, mantendo, naturalmente, assegurados os cuidados mínimos decretados pelo tribunal”.

Os enfermeiros reivindicam uma carreira transversal a todos os tipos de contratos e uma remuneração adequada às suas funções, tendo em conta “a penosidade inerente ao exercício da profissão”, segundo as estruturas sindicais.

A ideia da paralisação partiu inicialmente de um movimento de enfermeiros que recolheu já mais de 360 mil euros num fundo destinado a compensar os profissionais que ficarão sem salário.

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