Marcelo pede "debate sério" sobre gestores ganharem até 100 vezes mais - TVI

Marcelo pede "debate sério" sobre gestores ganharem até 100 vezes mais

Marcelo Rebelo de Sousa no Hospital Militar do Porto

Presidente da República compreende que panorama português seja "mais chocante" por serem poucas as empresas onde a disparidade salarial é tão grande

"Chocante" é, mas sobretudo à luz da realidade portuguesa. O Presidente da República lembra que é comum, nas multinacionais, os gestores ganharem muito mais do que os trabalhadores. Ao mesmo tempo, reconhece que é "um problema" para Portugal, que é o quarto país com maior disparidade salarial na União Europeia. Os gestores de empresas cotadas em bolsa podem ganhar até 100 vezes mais do que os trabalhadores.

 ""Há uma tendência internacional empresas terem ordenados dos gestores que chocam flagrantemente com os vencimentos dos trabalhadores. Esse é um problema que, no caso de Portugal, se torna mais evidente por serem poucas empresas. Daí ser mais chocante esse panorama", disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, à margem de um evento das Forças Armadas, no Porto, quando confrontado com a notícia. O que fazer para alterar este cenário? O Presidente pede que se discuta o assunto, mas não concretiza o que defende que se mude.

Tem de se encontrar uma forma de debate seriamente o problema não afectando as pme, olhando para essas empresas e vendo até pelo seu capital internacional o que é preciso ser corrigido e como precisa ser corrigido de uma forma que tenha presente a justiça social". 

Marcelo fez, de resto, questão de "distinguir duas realidades: uma coisa são as grandes empresas do PSI20, outra coisa são as PME - Pequenas e Médias Empresas (90 a 95% das empresas)".

Portanto, quando se olha para as notícias dia-se como é que é possível haver gestores, alguns deles também acionistas, que ganham tanto comparado com a média dos ordenados dos trabalhadores. Estamos a falar de 20 empresas. Não estamos a falar de milhares e milhares de empresas".

Explicação feita, para o chefe de Estado a análise tem de ter em conta todo o universo empresarial português. Até porque nas PME muitas vezes o empresário é trabalhador, os trabalhadores são todos familiares "e aí não há disparidade". Já as grandes empresas são multinacionais, "quase todas têm capital que não é só português".

Ainda à margem da mesma visita, o Presidente congratulou-se com a descida da taxa de desemprego para 9,8%, em março, confirmada pelo Eurotstat. "É uma grande alegria, mais uma".

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