Vítor Bento: «Aumento de impostos é inevitável» - TVI

Vítor Bento: «Aumento de impostos é inevitável»

Economista não tem dúvidas ainda sobre a necessidade congelar os salários na Função Pública. Mais: subir salários levará a aumento do desemprego

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O aumento dos impostos é inevitável porque o Governo vai ter dificuldades em cortar significativamente na despesa. A opinião é do economista e conselheiro de Estado Vítor Bento que, em entrevista ao programa a Verdade dos Números, do TVI24, sublinhou que «não há soluções milagrosas» para reduzir o défice.

Ou se aumenta os impostos ou se reduz significativamente a despesas, mas, para isso, tem de existir «vontade política, o que até aqui nunca houve». «Não vejo que se consiga fugir a um aumento de impostos», insiste o economista.

Ex-ministro da Economia afirma que «subida de impostos não fará reduzir o défice»

O ex-membro do conselho coordenador da SEDES não tem dúvidas sobre que caminho seguir no que diz respeito aos salários da administração pública. «Se tivesse havido maioria absoluta, seguramente que este ano seria de congelamento de salários na Função Pública».

«Aumentos salariais levarão a aumento do desemprego»

«Se os salários vierem a aumentar mais do que a inflação é mais um passo para que se verifique um aumento de impostos».

Sobre os restantes aumentos salariais, Vítor Bento defende que não pode existir um « desalinhamento com a produtividade», como tem acontecido nos últimos anos. Não há margem para aumentos na generalidade da economia sob pena de «um crescimento do desemprego».

Aliás, o economista considera mesmo que a taxa de desemprego se irá manter nos dois dígitos durante muito tempo. Será «muito difícil baixar significativamente estes níveis de desemprego e vai levar muito tempo», explicou ainda em entrevista ao TVI24.

O conselheiro de Estado alerta também para o aumento da conflitualidade social provocada pela situação económica e pelo desemprego: «Nunca sabemos exactamente quanto é que o elástico estica; as coisas não rebentam necessariamente numa revolução, podem rebentar num esfiapar do tecido social, e um dos factores onde tal se pode manifestar é no aumento da criminalidade e da conflitualidade».
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