O Presidente da República congratula-se com a possibilidade de Bruxelas recuar na suspensão dos fundos europeus a Portugal. A meio de um passeio a pé em Nova Iorque, onde na terça-feira discursou perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, Marcelo Rebelo de Sousa não se alongou na resposta.
Tudo o que for bom da ótica internacional, europeia ou outra, para o desenvolvimento económico do país é uma boa notícia".
O chefe de Estado tem evitado comentar o que se passa em Portugal durante a sua visita aos EUA e também sobre este assunto nada mais acrescentou.
De qualquer modo, parece ter acolhido bem as palavras do comissário europeu dos Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, que hoje afirmou que a Comissão Europeia pode levantar a suspensão dos fundos estruturais se o Governo cumprir as metas orçamentais e apresentar "finanças saudáveis".
Entretanto, os comissário para a Investigação e Ciência, o português Carlos Moedas, e para a Política Regional, Corina Cretu, garantiram que a Comissão Europeia terá em conta as recomendações do Parlamento Europeu.
Moedas sublinhou que o facto de não haver prazo para adotar a medida "não é necessariamente mau para Portugal". "O essencial é o Governo continuar com o seu trabalho", afirmou ainda o comissário português.
Foi "bom", sublinhou, que o ministro das Finanças, Mário Centeno, tenha enviado uma carta aos eurodeputados a expor formalmente os seus argumentos para a não aplicação desta sanção.
A comissária Corina Cretu garantiu, por seu lado, que a Comissão vai ouvir "com cuidado as opiniões do Parlamento Europeu" e mostrou-se confiante de que o Governo português vai fazer "tudo o possível para evitar as sanções".
A única agência de rating que dá nota positiva - grau de investimento - a Portugal, a DBRS, mostrou-se hoje confiante de que o país vai conseguir ter um défice abaixo dos 3%, sendo que a meta exigida pela Comissão Europeia (e na qual a própria não acredita) é de 2,5%. O Governo tem inscrito no Orçamento do Estado e no Programa de Estabilidade, um objetivo de redução para os 2,2%.
"É verdade que as metas orçamentais para este ano eram demasiado ambiciosas e estamos a ver que os pressupostos macro económicos eram demasiado otimistas, mas ao mesmo tempo a execução orçamental parece seguir em linha com o esperado". Foram estas as palavras da principal analista da DBRS para Portugal, em entrevista à Reuters.