«Super chefe de gabinete» com «super salário»

O ministro da Economia garantiu esta terça-feira que está apostado em «inverter a tendência despesista» dos últimos anos, mas não convenceu os deputados que se indignaram perante o salário da sua chefe de gabinete.

Ouvido pela primeira vez na Comissão de Economia e Obras Públicas, o titular do «super Ministério» que aglomera, além de Economia, os Transportes, as Obras Públicas e ainda o Trabalho, tem pela frente a árdua tarefa de redução da despesa, conforme prometido pelo actual Governo.

Todavia, Álvaro Santos Pereira, que durante mais de quatro horas foi interpelado por todos os grupos parlamentares sobre o seu «super Ministério», foi parco em explicações e levantou indignações.

«Quando cheguei ao Ministério deparei-me com um ambiente de ostentação que era uma ofensa para os portugueses, deparei-me com carros de alta cilindrada, contratos de leasing, um número de motoristas elevado (45) e cortámos 15».

Apesar das suas respostas, os deputados não ficaram esclarecidos e Santos Pereira foi questionado sobre o porquê de ter uma chefe de gabinete com um salário 50 por cento superior ao auferido pela sua antecessora.

«Porque é uma super chefe de gabinete», respondeu o governante, esclarecendo que a sua chefe de gabinete «acumula várias funções e está a perder cerca de 50 mil euros de ordenado pelas funções que desempenha actualmente», face ao auferido noutras funções desempenhadas anteriormente.

De acordo com a informação disponível no site do Governo, Marta Maria Dias Quintas Neves, de 39 anos, tem um vencimento mensal bruto de 5.821,30 euros, acima dos 4.592,43 euros auferidos pelo chefe de gabinete do primeiro-ministro e dos 3.892,53 euros que recebe o seu colega que trabalha para o ministro das Finanças.