Vistos Gold: investimento sobe 16% em março para 103,6 ME - TVI

Vistos Gold: investimento sobe 16% em março para 103,6 ME

Dinheiro. Foto: Reuters

No trimestre totalizou os 231,5 milhões de euros

O investimento captado pelos vistos gold subiu 16% em março, face a fevereiro, para 103,6 milhões de euros, e totalizou 231,5 milhões de euros no trimestre, segundo dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) hoje divulgados.

Em março foram atribuídas 168 Autorizações de Residência para a atividade de Investimento (ARI), 158 concedidas por via da compra de bens imóveis e 10 por transferência de capital, continuando a não haver vistos 'gold' atribuídos mediante as regras que entraram em vigor em setembro do ano passado.

Do total de investimento captado em vistos dourados em março (103.662.586,84 euros), que representa um aumento de 14,3 milhões de euros face ao mês anterior, a maior parte (92.997.688,24 euros) corresponde à compra de imóveis, enquanto o critério de transferência de capitais registou 10.664.898,60 euros no mês passado.

Em fevereiro, o investimento resultante dos vistos 'gold' tinha mais do que duplicado face a janeiro, para 89.301.186,43 euros, dos quais 81.203.431,52 euros correspondiam a compra de imóveis.

No trimestre, o investimento acumulado foi de 231.538.393,26 euros, com as ARI relativas à compra de imóveis a totalizarem 210.054.834,26 euros.

Entre janeiro e março, os vistos 'gold' atribuídos pela transferência de capital correspondiam a 21.483.559,35 euros.

Os dados do SEF não revelam quanto foi o investimento captado por via da criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho. No primeiro trimestre (em janeiro) foi atribuído um visto dourado mediante este critério.

Desde que a atribuição de vistos 'gold' entrou em vigor, a 08 de outubro de 2012, até 31 de março último, o investimento total ascende quase a dois mil milhões de euros, com a maioria deste montante (1,7 mil milhões de euros) proveniente de compra de imóveis.

No final do mês passado, o investimento acumulado era de 1.925.271.018,13 euros, dos quais 1.738.335.095,47 euros em compra de bens imóveis e 186.935.922,66 euros por transferência de capital.

Até à data, a compra de bens imóveis foi responsável pela atribuição de 2.991 vistos dourados, 169 por via da transferência de capital e cinco pela criação de, pelos menos, 10 empregos.

Desde que os vistos 'gold' entraram em vigor foram atribuídos 3.165 ARI: dois em 2012; 494 em 2013; 1.526 em 2014; 766 em 2015 e 377 no trimestre deste ano.

A China lidera a lista de ARI atribuídas (2.457 até março), seguida do Brasil (140), Rússia (108), África do Sul (82) e Líbano (48).

As novas regras para a obtenção de vistos 'gold', que alargam os critérios de investimento para cidadãos fora da União Europeia a áreas como reabilitação urbana e ciência, entre outros, entraram em vigor a 03 de setembro de 2015, embora não seja conhecida qualquer atribuição de vistos dourados perante estas novas medidas.

Entre os requisitos para pedir e renovar ARI constam a transferência de capitais no montante igual ou superior a um milhão de euros; a criação de, no mínimo, 10 empregos; a compra de bens imóveis no valor igual ou superior a meio milhão de euros; e a aquisição de imóveis cuja construção tenha sido concluída há, pelo menos, 30 anos, ou localizados em área de reabilitação urbana e realização de obras de reabilitação dos bens imóveis comprados, no valor igual ou superior a 350 mil euros.

Outro dos critérios respeita a transferência de capitais, cujo montante varia se for no âmbito científico, cultural ou fundos de investimento.

Os vistos 'gold' podem ser atribuídos a quem transfira capitais no valor igual ou acima 350 mil euros que seja aplicado em atividades de investigação desenvolvidas por instituições públicas ou privadas de investigação científica; a quem faça transferência de capitais igual ou superior a 250 mil euros para investir na produção artística, recuperação ou manutenção do património cultural nacional; e investimento igual ou superior a 500 mil euros na compra de unidades de participação em fundos de investimento ou de capital de risco dirigido à capitalização de PME.

No ano passado, o investimento resultante dos vistos 'gold' caiu para metade, face a 2014, para cerca de 466 milhões de euros.

 

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