“Aos portugueses não interessa se a TAP é pública ou privada. O que os portugueses querem saber é se a TAP voa para onde querem ir e se tem um contributo para economia nacional.”
No dia em que terminou o prazo da entrega das candidaturas à privatização da companhia área, Sérgio Monteiro admitiu, na TVI24, que não foram esgotadas todas as possibilidades de conversações com a Comissão Europeia sobre uma eventual capitalização pública. A razão? O Governo já sabia qual seria a resposta.
“Não se esgotaram as possibilidades de conversa [com a Comissão Europeia] porque já sabíamos a resposta. Nós sabíamos que a capitalização pública implica uma reestruturação e decidimos não perguntar formalmente.”
O governante reiterou a posição do Governo, defendendo que o único caminho possível para a TAP continuar a crescer é através da injeção de capital privado. Para o Executivo, o objetivo desta privatização “não é o encaixe financeiro”, mas a “viabilização da empresa”.
“Nós não queremos o dinheiro para nós, queremos o dinheiro para a TAP. Neste caso nós pretendemos outra coisa: o dinamismo de uma empresa. […] Há um objetivo: abrir a economia, permitir a entrada de capital estrangeiro. […] Se a privatização não acontecer, a empresa diminuirá, haverá redução de pessoal e menos rotas.”
À ameaça feita por António Costa sobre uma eventual quebra de contrato caso o PS vença as próximas legislativas Sérgio Monteiro chamou de “ruído de fundo”, sugerindo que o secretário-geral socialista estará com um “défice de informação” sobre a situação da empresa.
O Governo confirmou esta sexta-feira que há três candidatos na corrida à compra da TAP, mas não revelou nomes. Sérgio Monteiro também não levantou o véu sobre o assunto, frisando apenas que "é muito importante que haja três candidaturas em concorrência, em ambiente competitivo." Quanto a prazos, disse que o Executivo espera assinar contrato "até ao final do mês de junho."“Não acredito que isso venha acontecer. É ruído desnecessário no processo, que introduziu objetivamente preocupação nos concorrentes.”
Questionado sobre o facto de poder ser visto como o "coveiro da TAP", Sérgio Monteiro disse que o que é mais importante é "ser o rosto de uma empresa a crescer."
"É mais importante ser o rosto da TAP a crescer do que o rosto da TAP moribunda."
Ao que a TVI apurou, os empresários David Neeleman, German Efromovich e Miguel Pais do Amaral entregaram propostas vinculativas para a compra de parte do capital da transportadora aérea.
O ministro da Economia, António Pires de Lima, admitiu esta quinta-feira que a decisão poderá estar concluída até ao final deste mês.