Combustíveis: normalizar abastecimento demora entre 2 a 5 dias - TVI

Combustíveis: normalizar abastecimento demora entre 2 a 5 dias

  • (Atualizada às 11:40) AM
  • 18 abr 2019, 10:28

Desconvocação da greve dos motoristas de matérias perigosas, que tinha começado na segunda-feira, foi anunciada hoje de manhã

O Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas estima que o abastecimento de combustível a nível nacional fique normalizado dentro de dois dias, depois de desconvocada a greve que durava desde segunda-feira.

Já a Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro), menos otimista, afirmou à Lusa que repor a situação existente antes do início da greve pode demorar até cinco dias, mas a partir desta tarde deverá retomar-se a normalidade dos abastecimentos.

Acreditamos que [regularizar] tudo, portanto uma situação igual à existente antes do início da greve, poderá demorar até cerca de cinco dias, mas grande parte das situações estarão regularizadas antes disso”, disse António Comprido, presidente da Apetro.

O responsável adiantou que “a partir de amanhã [sexta-feira] já deverá haver uma situação normal em muitos casos, mas a totalidade só depois do fim de semana”.

Em declarações aos jornalistas após o anúncio do final da greve, no Ministério das Infraestruturas e Habitação, Pedro Henriques, do Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas (SMMP), congratulou-se com o entendimento conseguido e disse esperar que até ao final do ano se consiga concluir o acordo de negociação coletiva.

“Vamos dar início às negociações com a ANTRAM [Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários de Mercadorias], com supervisão do Governo, para negociar as cláusulas da negociação coletiva desta classe profissional. A primeira reunião é dia 29 e tem como objetivo até ao final deste ano estar fechado este acordo coletivo de trabalho até final do ano”, afirmou o responsável.

Pedro Henriques disse ainda que o que fez o sindicato desconvocar a greve foi “a garantia da ANTRAM e do Governo de que se iniciaria esta negociação coletiva de trabalho” e o compromisso do executivo de que este acordo estaria fechado até final do ano e que as negociações decorrerão “com tranquilidade”.

“Não está em causa apenas uma negociação, está em causa o reconhecimento oficial da categoria de motorista de matérias perigosas”, afirmou Pedro Henriques.

O representante sublinhou que o sindicato tinha consciência de que “a manutenção do direito pela greve iria causar ainda mais problemas ao país, que parou em três dias”.

“Não era nossa intenção. Manifestamo-nos sempre de forma pacífica para alertar para a importância que estes homens têm, pois sem eles o país para, mas o país não os conhecia nem os reconhecia”, acrescentou.

No entendimento conseguido hoje, as partes comprometem-se a “diligenciar pela manutenção de um clima de diálogo e paz social, mantendo o diálogo como forma de resolução de diferendos ou divergências até ao fim das negociações”, abstraindo-se de “outras formas de pressão, nomeadamente greves”.

Em declarações aos jornalistas, o presidente da ANTRAM, Gonçalo Duarte, disse que para a associação era "muito importante fechar este ciclo de dias muito duros".

O representante felicitou as empresas, que “souberam aguentar dias difíceis", e os trabalhadores destas empresas, que “ajudaram a que o que é tão essencial como o combustível e as energias conseguissem chegar a casa das pessoas e aos postos de abastecimento, nunca virando a cara à luta".

O responsável frisou que a ANTRAM é uma associação empresarial "sempre muito virada para a negociação, o entendimento e todas as formas de desenvolvimento de atividade e valorização da profissão e do setor".

Gonçalo Duarte agradeceu às forças de segurança por terem encontrado alternativas durante a greve e ao Governo pela forma como ajudou a que se chegasse ao entendimento conseguido hoje para começarem as negociações de um novo acordo coletivo de trabalho.

Operação turística da Páscoa vai decorrer "com normalidade" 

A Secretaria de Estado do Turismo afirmou hoje que a operação turística no período da Páscoa "se desenrolará com normalidade", depois de ter terminado a greve.

"Com o final da greve convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), através da mediação do Governo, garante-se que a operação turística durante o período de Páscoa se desenrolará com normalidade", refere um comunicado divulgado pela secretaria de Estado liderada por Ana Mendes Godinho.

O Governo salienta, assim, que os turistas, quer nacionais, quer estrangeiros, "dispõem de todas as condições para viajar pelo país sem problemas".

A Páscoa "é um período importante para o turismo em Portugal e estão reunidas as condições para que a atividade turística decorra de acordo com as previsões positivas dos operadores turísticos", acrescenta o comunicado.

A greve dos motoristas de matérias perigosas começou às 00:00 de segunda-feira e foi convocada pelo SNMMP para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica. Terminou esta quinta-feira, depois de centenas de postos de abastecimento terem ficado secos e o caos se ter gerado em várias cidades, obrigando o Governo a limitar o abastecimento a 15 litros por veículo.

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