O secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, disse esta quinta-feira que o processo de mediação para travar o conflito laboral entre o sindicato de matérias perigosas e a Antram "não é viável". Enquanto a greve dos motoristas não terminar, a mediação do Governo entre sindicatos e ANTRAM não tem efeito, já que os patrões não aceitam negociar enquanto a greve se mantiver.
O processo de mediação só avança quando tem viabilidade" e "depende da vontade das partes", afirmou o governante, em conferência de imprensa, em Lisboa.
A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) fez depender um eventual processo negocial da desconvocação da greve que dura desde segunda-feira.
Para o secretário de Estado, "aquilo que é claro neste momento para o Governo é que qualquer processo de mediação já só é possível num quadro em que a greve não está ativa".
Para que qualquer pedido de mediação não seja um expediente dilatório, não seja uma mera formalidade, mas pelo contrário, possa ter condições de êxito, aquilo que é essencial é que a greve termine", reforçou o governante.
Apesar de decorrer nesta altura uma reunião no Ministério das Infraestruturas, com a ANTRAM e a outra estrutura sindical que convocou a greve, o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), o secretário de Estado recusou existir uma estratégia do Governo para isolar o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP).
Esta não é nenhuma estratégia do Governo para isolar qualquer sindicato. Esta é uma estratégia do Governo para resolver a greve, para por fim à greve e retomar o quadro das negociações", defendeu Miguel Cabrita.
Pelas 20:30 chegou ao Ministério das Infraestruturas e Habitação uma comitiva do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), tendo a ANTRAM chegado depois das 21:00, representada pelo presidente da Associação, Gustavo Paulo Duarte, e pelo porta-voz, André Matias de Almeida.
Antes, o secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, tinha dito que o Governo ia nomear um mediador para tentar terminar o conflito entre a Antram e o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP).
Esta tarde, o SNMMP pediu a mediação do Governo para chegar a um entendimento que permita terminar a greve.
A ANTRAM pediu esta quinta-feira aos sindicatos que terminem a greve dos motoristas para poderem negociar. Os patrões dizem que, se os sindicatos desconvocarem a greve, podem reunir-se já na sexta-feira, respondendo assim ao pedido de mediação que o sindicato dos motoristas de matérias perigosas fez esta tarde ao Governo.
Levantem a greve e reunimo-nos amanhã [sexta-feira]”, lê-se no comunicado enviado à agência Lusa pelo advogado da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram), reiterando que “não é por responsabilidade da ANTRAM que esta greve existe”.
A associação patronal salientou, assim, aquilo que vem dizendo publicamente, que “negoceia desde que a greve seja levantada”, relembrando que o mecanismo de mediação que o Governo propôs às partes envolvidas no conflito na semana anterior à greve foi “liminarmente” rejeitado pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP).
O SNMMP pediu esta quinta-feira a mediação do Governo para chegar a um entendimento que permita terminar a greve, anunciou o presidente da estrutura sindical, Francisco São Bento.
Pedro Pardal Henriques, em reação às declarações do Governo sobre a mediação do conflito, confirmou esta quinta-feira que não vai ser desconvocada a greve.
Nós não vamos desconvocar a greve", afirma sindicato.