Salário mínimo: aumento abrange mais de meio milhão de trabalhadores - TVI

Salário mínimo: aumento abrange mais de meio milhão de trabalhadores

Governo quer subir valor para 530 euros em 2016, tendo como meta um salário minimo de 600 euros em 2019

Mais de meio milhão de trabalhadores serão abrangidos pelo aumento do salário mínimo nacional que deverá começar a ser discutido na quinta-feira entre o Governo e os parceiros sociais, para entrar em vigor a 01 de janeiro de 2016.

É certo que a ordem de trabalhos da primeira reunião de concertação social com o executivo de António Costa tem como ponto único a "apresentação do Programa de Governo e debate da agenda da concertação social", mas as centrais sindicais não vão deixar de dar prioridade ao aumento do SMN, que atualmente é de 505 euros, para que o novo valor possa entrar em vigor no início do próximo ano.

Portugal está atualmente entre os países da União Europeia com salários mínimos mensais entre os 500 e os 1.000 euros, ficando a meio da tabela, na 11.ª posição.

No seu programa, o Governo socialista assume que proporá na concertação social "uma trajetória de aumento do SMN para atingir os 600 euros em 2019".

Para concretizar este objetivo, o executivo propõe que no próximo ano o SMN seja de 530 euros, passando para os 557 euros em 2017 e para os 580 em 2018.

A CGTP, através do seu secretário-geral, Arménio Carlos, considerou que a proposta do PS de aumento do salário mínimo é insuficiente e tardia, porque remete para 2019 a sua fixação nos 600 euros.

A central sindical defende que os 600 euros devem vigorar já em 2016, embora admita um aumento gradual da remuneração.

A UGT reivindica a fixação do salário mínimo nacional nos 535 euros a partir de 01 de janeiro de 2016.

O SMN esteve congelado nos 485 euros entre 2011 e outubro de 2014, quando aumentou para os 505 euros, na sequência de um acordo estabelecido entre o governo, as confederações patronais e a UGT.

O acordo tripartido para o aumento do SMN, que vigora até dia 31 deste mês, deu como contrapartida aos patrões uma descida de 0,75 pontos percentuais na taxa social única (TSU) aplicada aos salários mínimos e paga pelas empresas.

contas feitas, o salário mínimo nos 530 euros vale menos três euros do que o primeiro, fixado em 1974. Uma das primeiras medidas após o 25 de Abril de 1974 foi a criação do SMN com o valor a ser fixado em 3.300 escudos, o que corresponde a 16,5 euros em moeda atual, valor que sujeito à conversão com base no índice de preços do consumidor de 2014, na página do Instituto Nacional de Estatística (INE), equivale a 533,26 euros

Em 2012, pela primeira vez desde a sua criação, não foi aumentada esta remuneração, mantendo-se nos 485 euros, que representaram uma perda de poder de compra de 1,5% face a 2010. O congelamento manteve-se até outubro de 2014, quando passou para os 505 euros.

A meta dos 500 euros definida no acordo de concertação social também não foi cumprida com a justificação, do governo e das confederações patronais, da conjuntura de crise económica.
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