O Sindicato da Administração Pública (Sintap) está contra o alargamento do conceito de despedimento por justa causa e recusa mesmo negociar quaisquer alterações nesse sentido, avança a Lusa.
«O Sintap não aceitará negociar quaisquer medidas que impliquem o alargamento do conceito de despedimento por justa causa, considerando factores de produtividade ou de alcance de objectivos», disse em comunicado o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Sintap), após a reunião do seu conselho geral.
Na proposta enviada aos parceiros sociais, a que agência Lusa teve acesso, o Executivo defende a alteração da figura do despedimento por inadaptação de modo a que o recurso a esta modalidade de despedimento não fique dependente da introdução de novas tecnologias ou de outras alterações no local de trabalho.
A proposta governamental visa também permitir o despedimento com justa causa dos trabalhadores que não atinjam os objectivos que acordaram com o empregador.
A introdução de uma nova modalidade de despedimento por inadaptação, em estudo, irá permitir o despedimento com justa causa dos trabalhadores cuja prestação decresça em termos de produtividade ou de qualidade.
Sintap teme perda de qualidade nos serviços públicos
O Sintap vê ainda com «preocupação» algumas medidas que o Governo pretende que sejam levadas a cabo na administração pública já que, consideram, significariam «uma perda de qualidade dos serviços públicos».
Sobre as anunciadas alterações em vários serviços públicos, como fusões e extinções, o Sintap diz que está «particularmente atento» a eventuais trabalhadores colocados em mobilidade especial por entender que «não existem trabalhadores a mais nos diferentes níveis da Administração Pública» mas uma «incorrecta distribuição no território nacional face às necessidades».
Apesar desta recusa, o Sintap afirma estar disponível para uma «negociação séria e transparente» com o Executivo sobre o «aperfeiçoamento do modelo da mobilidade».
Quanto ao Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Público (SIADAP), o Sintap recusa que os trabalhadores «percam os créditos acumulados no período de congelamento de progressões e promoções», defendendo que estes sejam «considerados para efeitos futuros» quanto a escalões e remunerações.
Na mesma nota de imprensa, o Sindicato da Administração Pública afirma que o acórdão do Tribunal Constitucional sobre os cortes salariais se aproxima do seu entendimento ao defender que esta é uma medida transitória que «podendo ser adoptada num momento de crise específico deverá ser anulada terminado esse momento, garantido os níveis salariais anteriores».
O Sintap volta assim a defender que os cortes não sejam permanentes, mas «tão só provisórios».
Função pública não quer mexer na justa causa
- Redação
- PGM
- 24 set 2011, 19:10
Sintap continua a pedir que cortes sejam apenas temporários
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