TAP: este é o parecer da PGR ao acordo de 1999 - TVI

TAP: este é o parecer da PGR ao acordo de 1999

Documento diz que acordo assinado há 16 anos é inválido porque «o Conselho de Administração da TAP e a direção do SPAC não tinham legitimidade para representar o Estado e os pilotos num contrato promessa relativo à alienação de ações da TAP». Greve de 10 dias arranca dia 1 de maio e promete paralisar o país

Está aberta uma guerra na TAP. O SPAC anunciou esta semana que os pilotos da TAP vão avançar com uma greve de 10 dias já em maio, à qual se juntam os pilotos da PGA. Em causa está uma participação dos pilotos no capital da transportadora aérea (10 a 20%) através de uma quota especial – uma reivindicação que remonta a 1999 – e que o Sindicato recuperou nesta reta final.
 

A TVI teve acesso ao parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), o qual diz que que o acordo assinado em 1999 entre a administração da TAP e o sindicato dos pilotos é inválido porque «o Conselho de Administração da TAP e a direção do SPAC não tinham legitimidade para representar o Estado e os pilotos num contrato promessa relativo à alienação de ações da TAP».

 

O documento previa uma quota para os pilotos que varia entre os 10 e os 20% conforme os ganhos de produtividade, mas a PGR vai mais longe: «O estabelecimento de uma quota reservada a uma categoria especial de trabalhadores por ato infralegal seria inconstitucional e ilegal».

 
O Governo tem reiterado a sua posição e diz que foi bem claro sobre a matéria em dezembro. Agora, sem hipóteses com o Executivo, o Sindicato entrou num braço de ferro com a administração da TAP, mas o presidente da empresa tem uma visão contrária.
 

«Os ganhos de produtividade são insuficientes para ceder capital aos pilotos», disse Fernando Pinto ontem em entrevista à TVI. «Se eles (pilotos) há 16 anos esperam por alguma coisa desse tipo como os 10 a 20%, eles deveriam ir à justiça mostrar que têm razão. Pelos nossos cálculos e pela visão puramente jurídica do Governo, não existe essa razão».

 
Para além disto, o Sindicato também reclama a reposição dos subsídios de antiguidade suspensos desde 2011, mas o ministro da Economia assegura que a devolução com retroativos não estava previsto naquele acordo.

Em declarações à Renascença, o antigo ministro João Cravinho diz que o que os pilotos exigem é «falso, doloso e má-fé».
 
Ainda na entrevista que deu à TVI, Fernando Pinto, disse ter «pouca» expectativa quanto à desconvocação da greve e alertou que «o risco não está a ser bem medido».
 
Desde a convocação da paralisação que o Governo tem apelado ao bom senso dos pilotos. A paralisação pode custar 70 milhões de euros à empresa.

No entanto, esta greve não reflete só perdas para a companhia aérea. A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) avisou que o anúncio da paralisação já está a provocar o cancelamento de reservas.

Parecer PGR sobre TAP
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