DSK sai do FMI mas recebe pensão vitalícia - TVI

DSK sai do FMI mas recebe pensão vitalícia

Ex-director da instituição recebia salário anual de quase 430 mil dólares

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[Notícia actualizada às 19h30]

Independentemente do desfecho do caso que envolve Dominique Strauss-Kahn, acusado de tentativa de violação em Nova Iorque, o agora ex-senhor FMI vai receber uma pensão para o resto da vida.

Num esclarecimento posterior, o FMI sublinhou que as estimativas iniciais foram empoladas [fala-se em 250 mil euros por ano] e que os pagamentos anuais serão menores «nos anos subsequentes», sem contudo explicar qual será a redução nem a partir de quando.

Em resposta por escrito à Agência Financeira, o fundo garante que, nos termos do contratos, Strauss-Kahn irá receber «muito menos» que os 250.000 dólares, avançados pelos media.

À Agência Financeira, o Fundo Monetário Internacional explicou que o contrato que DSK - como é conhecido em França - celebrou com a instituição em 2007, está escrito, preto no branco, que, para além do que vai auferir no âmbito do Plano de Aposentadoria do Pessoal, recebe ainda, «para toda a vida, um subsídio de reforma anual suplementar no valor igual à percentagem do pagamento total da pensão a receber, a cada ano».

Dominique Strauss-Kahn recebia 420.930 dólares por ano. Ora, com três anos de serviço, esse subsídio suplementar dá direito ao pagamento de 60% do salário anual, o que faz com que o senhor FMI vá ganhar, pelo menos, 250 mil dólares por ano. Se o mandato tivesse chegado aos quatro anos, teria até direito aos 70%.

«Depois de mais de um ano de serviço, ou se vier a demitir-se» depois de ter estado «ao serviço [da instituição] por mais de dois anos» esse subsídio estaria sempre garantido.

Assim, e embora o contrato que assinou com o FMI preveja os termos da pensão a receber em caso de morte (aí a esposa de DSK teria direito a receber uma pensão) ou invalidez, não há nenhum apontamento sobre se haveria uma alteração das condições da pensão em caso de crime e/ou em caso de renúncia antecipada.

A margem de manobra é grande: «É nosso entendimento que, embora tenha sido nomeado para um mandato de cinco anos», Strauss-Kahn tem luz verde «para terminar a sua ligação com o Fundo a qualquer momento. Espera-se, contudo, que, se desejar demitir-se, comunique com uma antecedência razoável a sua decisão».



Ora, qualquer que seja o desfecho do escândalo sexual em que está envolvido, Strauss-Kahn tem pelo menos a garantia de que vai ter uma pensão choruda para o resto da vida. Quer seja inocente, quer seja culpado.

Strauss-Kahn já saiu em liberdade sob fiança. O senhor FMI teve de pagar uma fiança no valor de um milhão de dólares para aguardar em casa, com pulseira electrónica e um polícia armado à porta, pela próxima audiência no tribunal, adiada para o próximo dia 6 de Junho.

Entretanto, não param de aumentar as especulações sobre o seu sucessor. O português Durão Barroso foi um dos nomes apontados, mas a Comissão Europeia diz que isso é «um rumor sem fundamento».
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