Há ou não almofada para devolver um subsídio aos funcionários públicos e pensionistas? O Governo garante que não, e sem esse corte na despesa não será possível cumprir a meta do défice para 2012, nem os ditames do memorando da troika. Mas o líder do Partido Socialista discorda.
Em entrevista à TVI, António José Seguro insiste numa folga de 900 milhões de euros, com a soma de diversas parcelas, em relação às despesas de 2011, que são transferidas para 2012.
Segundo dados a que a TVI teve acesso, é possível verificar que, quando o governo presume um desvio de 270 milhões de euros, observa-se apenas 100 milhões de euros. O que significa uma poupança de 170 milhões de euros.
Já nos consumos intermédios, nos dados a que a TVI teve acesso estima-se um extra de 169 milhões de euros, que poderia encher o «papo» dos 900 milhões de euros, que o PS quer manter num dos subsídios à Função Pública.
Na quebra da receita, e sobretudo na Segurança Social, o Governo estima uma perda de 440 milhões de euros. Mas o valor pode bem chegar apenas aos 300 milhões. Mais 140 milhões para a coluna da «almofada».
António José Seguro tinha referido, em entrevista à TVI, que as comissões a pagar à troika, pelo empréstimo, seriam menores do que o previsto ¿ em cerca de 124 milhões de euros ¿ uma vez que as decisões da cimeira europeia de Julho apontam para uma renegociação da taxa de juro a pagar.
No item concessões, em vez de uma parcela negativa de 318 milhões de euros, dados indicam que o valor poderia ser zero: ou seja, sem prejuízo este ano, se as concessões na área do jogo online e no leilão do 4G fossem implementadas em 2012, carregando este ano em 300 milhões a transferência do fundo de pensões à banca.
Com estes números, a soma final ascende aos 921 milhões de euros. Será esta a tal «almofada» que poderá devolver um dos subsídios, que o Governo já prometeu retirar?
Seguro: «folga» devolveria subsídio. Veja como
- Paulo Almoster
- 9 nov 2011, 16:56
Em entrevista à TVI, líder da oposição acusa Governo de «cautela em excesso». Somando parcelas é possível poupar 900 milhões e manter o Natal dos funcionários públicos
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