Aeroporto do Porto duplica passageiros e rotas na última década - TVI

Aeroporto do Porto duplica passageiros e rotas na última década

TAP [Foto: Lusa]

Em 2015, o aeroporto Francisco Sá Carneiro, que a região norte diz estar a ser abandonado pela TAP, atingiu os 8,1 milhões de passageiros, um aumento de 16,7% face ao ano anterior. Esta quarta-feira, António Costa reúne-se com Rui Moreira para discutir a redução de rotas da TAP

O aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, que a região norte diz estar a ser abandonado pela TAP, duplicou o número de passageiros e as rotas nos últimos dez anos.

Em 2015, o aeroporto do Porto atingiu os 8,1 milhões de passageiros, um aumento de 16,7% face ao ano anterior, o segundo maior crescimento entre os aeroportos nacionais, depois dos Açores, que beneficiou do efeito da liberalização das ligações aéreas e assim da entrada em operação das chamadas companhias de baixo custo.

Nos últimos dez anos, o número de passageiros do aeroporto Francisco Sá Carneiro subiu dos 3,1 milhões em 2005, para os 8,1 milhões em 2015, ano em que assinalou 70 anos de existência, segundo dados da ANA – Aeroportos de Portugal.

Este aumento da procura atraiu mais companhias aéreas: eram 16 em 2005 e 21 no final de 2015, sendo que muitas delas acabaram por instalar base operacional no aeroporto portuense, como a Ryanair e a EasyJet.

Ainda mais significativo foi o crescimento das rotas servidas a partir do Francisco Sá Carneiro, que praticamente duplicaram, de 38 para 74, entre 2005 e 2015, sendo o cancelamento de quatro ligações a cidades europeias (Milão, Bruxelas, Barcelona e Roma) anunciado pela TAP a razão do descontentamento das forças políticas do norte, lideradas pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, mas também por associações empresariais.

A TAP explicou que, apesar das boas taxas de ocupação, os custos da operação dessas quatro rotas não permitem atualmente a rentabilidade da sua operação, que tinham um prejuízo de 8,02 milhões de euros.

Conhecida a nova distribuição do capital da companhia aérea, com o Estado a ficar 50% do capital, tem sido pedida intervenção do Governo, que, pela voz do ministro da tutela, Pedro Marques, explicou que a definição de rotas é uma questão operacional, o que fica nas mãos dos privados, isto é, do consórcio Atlantic Gateway, de Humberto Pedrosa e de David Neeleman.

Na terça-feira, a Ryanair anunciou voos adicionais a partir do Porto para Barcelona, Milão e Bruxelas, as rotas que serão suspensas em março pela TAP, e prometeu avaliar as oportunidades da decisão da transportadora aérea nacional.

 

Costa e Moreira reúnem-se hoje

 

O primeiro-ministro, António Costa, reúne-se esta quarta-feira com o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, num encontro em que deverão discutir a redução de rotas da TAP a partir do Porto, muito contestada pelo autarca.

A audiência em que António Costa recebe Rui Moreira está marcada para as 15:00 (hora de Lisboa) na residência oficial do chefe de Governo, em São Bento.

Em cima da mesa deverá estar, sobretudo, a situação da TAP e o fim pela companhia aérea de algumas rotas com partida e chegada no Aeroporto Sá Carneiro, no Grande Porto.

O presidente da Câmara do Porto tem criticado publicamente a estratégia da TAP para o Porto e já admitiu mesmo “apelar ao boicote da região” à transportadora, acusando-a de ter em curso uma estratégia para “destruir o aeroporto Francisco Sá Carneiro”, com vista a construir em Lisboa “um novo aeroporto e uma nova ponte”.

A Câmara publicou mesmo dados a dizer que as ligações canceladas tiveram em 2015 uma “ocupação média de 90%”, representando “o transporte de perto de 190 mil passageiros, em 1.867 voos de ida e volta”.

Já a TAP tem reiterado que as quatro rotas europeias canceladas a partir do Porto representavam um prejuízo de 8,02 milhões de euros.

O Governo tem sido chamado por Rui Moreira a intervir neste assunto, depois de ter chegado a acordo com o consórcio Gateway para o Estado ficar com 50% da empresa (em vez de 34%), pagando 1,9 milhões de euros. Já o consórcio privado deverá passar de 61% do capital da companhia para 45%, podendo chegar aos 50%, com a aquisição do capital à disposição dos trabalhadores.

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