Contas feitas: 269 milhões de euros irão entrar nos cofres da empresa quando o negócio for efetivamente fechado e os restantes 68 milhões entraram durante o ano de 2016.
“Acredito que vamos conseguir fechar o negócio ainda em 2015”, admitiu Pires de Lima, em entrevista ao Jornal das 8, da TVI.
O Governo anunciou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, que o consórcio formado pela Azul e pela Barraqueiro venceu a corrida à privatização de 61% da TAP, confirmando a informação avançada pela TVI.
“A TAP precisa de capital. A alternativa a não privatizar nestes termos é uma alternativa muito negativa, porque nesse caso ou a TAP assume a sua situação líquida, de falência técnica de 500 milhões, ou então é recapitalizada com o dinheiro dos contribuintes”.
Pires de Lima defende que o consórcio formado pela Azul e Barraqueiro “era a melhor alternativa”, do ponto de vista de capitalização e da defesa dos interesses do Estado.
“É uma alternativa segura, construída de uma forma segura, tanto em termos de obrigações do caderno de encargos como também da sustentabilidade da dívida”.
A dívida da transportadora aérea, de mais de mil milhões de euros, vai ser assumida pela TAP SGPS, não sendo transferida para o Estado.
“Aquilo que está estabelecido é que a dívida continua a ser responsabilidade da TAP SGPS e só em circunstâncias extraordinárias, que passariam pela reversão do negócio, poderíamos assumir uma parte pequena da dívida”.
Quando questionado sobre a possibilidade de despedimentos, Pires de Lima sublinhou que “não há nenhuma empresa que possa assegurar que não há despedimentos em nenhuma circunstância” e admite que “podem acontecer reajustes na empresa, desde que seja por acordo dos próprios trabalhadores”.
Quanto à continuação de Fernando Pinto na presidência executiva da empresa, o governante afirmou que a liderança se mantém enquanto a TAP não estiver privatizada. Mas quando o negócio for concluído, a decisão passará pelos acionistas.
Na reta final da legislatura, Pires de Lima reagiu ainda às críticas do PS, que promete reverter o negócio se for eleito:
“Quanto mais o PS diz que vai destruir o que este Governo está a construir, menos provável é que o próximo primeiro-ministro seja do PS”.
Pouco depois o ministro da Economia participou ainda num debate na TVI24 em que defendeu que o Governo não quis que o assegurar do serviço público e das comunidades "continuasse a ser feito à custa de injeções de capital que advém dos impostos dos portugueses que cá trabalham".