«O sindicato não assinou este memorando porque não trazia quaisquer garantias. Este documento parte de uma premissa, que é a privatização da empresa, que nós não aceitamos», disse à agência Lusa o vice-presidente do SNPVAC, Nuno Fonseca.
O sindicalista lembrou que o Governo só aprova o caderno de encargos da privatização no dia 15 de janeiro e que o memorando assinado com nove sindicatos apenas garante a discussão de algumas matérias.
Por isso o SNPVAC foi um dos três sindicatos que manteve o pré-aviso de greve para os últimos dias do ano, justificou, admitindo, no entanto a falta de efeitos práticos da paralisação devido à imposição da requisição civil.
«É uma greve um pouco suigeneris porque não tem efeitos práticos que afetem a operação, mas serve para agitar consciências e clarificar a importância da TAP, que não pode ser vendida», disse Nuno Fonseca.
Na quarta-feira, o Governo aceitou discutir com os sindicatos as condições para manter a TAP em Portugal por dez anos após a privatização da empresa, segundo um memorando assinado pelo executivo e pelos nove sindicatos da TAP que desconvocaram a greve.
Os sindicatos que desconvocaram o protesto consideram que conseguiram garantir os direitos dos seus associados e que o acordo com o Governo foi «um ato de responsabilidade e de salvaguarda do futuro».
A decisão de relançar a privatização da companhia aérea, suspensa em dezembro de 2012, acendeu uma onda de contestação que culminou com a marcação desta greve por uma plataforma que juntou 12 sindicatos, à qual o Governo respondeu com a imposição de uma requisição civil aos trabalhadores da TAP, para minimizar o impacto da paralisação.
Os sindicatos nacionais dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), do Pessoal do Voo da Aviação Civil (SNPVAC) e o do Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) mantiveram os pré-avisos de greve mas afirmaram que acatariam a requisição civil decretada pelo Governo.