Segurança Social aos "remendos"? PSD acusa, Costa recusa - TVI

Segurança Social aos "remendos"? PSD acusa, Costa recusa

Luís Montenegro

Ministro do Trabalho admite taxar empresas para financiar Segurança Social. Maior partido da oposição lembra que Governo não quis debater reforma do sistema e estar agora a tentar remediar as contas

"Desdém, demagogia e eleitoralismo" é como o PSD olha para a atuação do Governo face à Segurança Social. O maior partido da oposição não esquece que Costa e a sua equipa não quiseram debater uma reforma do sistema e acusa agora o executivo socialista de estar a tentar remediar ao admitir taxar empresas para arranjar financiamento.

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"Quer ou não quer o Governo tratar do futuro e deixar de ser um Governo de remendos e passar a ser um Governo de reformas? Agora que o ministro veio anunciar ou pré-anunciar mais remendos no sistema de segurança social e que a muito curto prazo vamos ter problemas, quero perguntar de forma séria, quer ou não quer o governo tratar do futuro?".

À pergunta de Luís Montenegro, o primeiro-ministro partiu ao ataque: "A redução de empregos e de salários" feitas no Governo PSD constituíram "o mais forte ataque à sustentabilidade da Segurança Social".

Depois, agarrou-se aos números das receitas: "E as receitas da Segurança social estão a subir o que demonstra bem o impacto da criação de emprego e da devolução de rendimentos". Tudo "demagogia", para o PSD. E estratégia eleitoral. 

A demagogia vem quando o senhor ignora que nos últimos anos mais de 5.000 milhões tiveram de ser transferidos para a segurança social para que pudesse responder à exigência das prestações e eleitoralismo veio depois quando trouxeram na discussão do último Orçamento do Estado um aumento extraordinário das pensões, a um mês das eleições autárquicas. Respeitar os pensionistas não é tratá-los como clientes eleitorais"

António Costa, mais uma vez, tem outra perspetiva. Para o chefe de Governo, o facto de o corte de 600 milhões de euros na Segurança Social que o anterior Governo se preparava para levar a cabo ser hoje uma "ficção" é o mais importante.

O CDS-PP foi direto na pergunta que dirigiu ao primeiro-ministro. "Que imposto vai aumentar?", questionou a líder centrista Assunção Cristas.

Costa fugiu a uma resposta direta e assegurou apenas que quer transparência nesta matéria e que, apesar de "não haver nenhuma emergência", vai ser "necessário diversificar" as fontes da Segurança Social e "encontrar outros critérios". O Governo espera a "uma ideiazinha do CDS" sobre o assunto. 

Proposta para aumentar derrame agrada a Costa

O primeiro-ministro mostrou-se depois aberto à proposta do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, para aumentar a taxa de derrama estadual (atualmente de 7%) sobre as empresas com lucros de 35 milhões de euros ou mais.

Estamos disponíveis para considerar todas as propostas, designadamente no quadro da derrama. O que temos de conseguir é um bom equilíbrio entre a estabilidade do sistema fiscal e melhores condições de justiça fiscal. É esse esforço conjunto que temos feito e temos de continuar a fazer".

O líder comunista tinha defendido antes que "uma primeira avaliação do conjunto do programa de reavaliação de ativos e do PERES [Plano Especial de Redução do Endividamento ao Estado] permitiu verificar que um conjunto restrito de grandes empresas com lucros tributáveis superiores a 35 milhões de euros beneficiou de redução de impostos".

Significa que há redução de receita para o Estado e uma situação de injustiça fiscal para trabalhadores, reformados, os pequenos e médios empresários, pescadores, que não aceitam que os mesmos de sempre sejam favorecidos fiscalmente".

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