Ministro insiste em medidas «duras para afastar» FMI - TVI

Ministro insiste em medidas «duras para afastar» FMI

Teixeira dos Santos frisa «consequências para o país com juros elevados» e envia recado à Alemanha pelo «nervosismo» dos investidores privados nos mercados

O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, disse esta quarta-feira que Portugal tem de se concentrar na redução do défice para «afastar o cenário» do FMI e sublinhou que o país realizou hoje a última emissão de Obrigações do Tesouro de 2010, uma operação que, «atendendo às circunstâncias dos mercados, correu bem». A procura foi «duas vezes superior» à oferta e a taxa de juro «ficou bem abaixo das taxas que prevalecem nos mercados secundários».

Especialistas dizem que juros vão continuar a subir

Teixeira dos Santos disse aos jornalistas, no Ministério das Finanças, que não ignora «o nível da nossa dívida pública», «nem as consequências e dificuldades para o país pela manutenção de taxas de juro demasiado elevadas», mas continua «concentrado na consolidação das contas públicas».

Fazendo uso das palavras do Presidente da República, também o ministro põe a tónica no «trabalho» para «afastar o cenário» do FMI.

Por «muito duras que sejam as medidas», o país precisa de «alcançar objectivos» [de redução do défice» e «exigir sacrifícios para podermos afastar de uma vez por todas esse cenário» do Fundo Monetário Internacional, disse ainda, nunca usando a sigla FMI.

O ministro espera que a situação «seja transitória e isso depende da nossa iniciativa a nível nacional, mas também a nível europeu». Em Portugal, o governante dá destaque ao acordo celebrado com o PSD para a viabilização do Orçamento de Estado para 2011, mas é para a Europa, e sobretudo para Berlim, que seguem os recados de Teixeira dos Santos.

É que para o titular da pasta das finanças, «a situação da dívida soberana reflecte a grande incerteza que se estabeleceu nesses mercados quanto à definição do chamado mecanismo permanente de gestão de crises, que foi objecto de apreciação no último Conselho Europeu».

A sugestão foi de Angela Merkel e Teixeira dos Santos aproveitou hoje para explicar que esta alteração nos mercados tem deixado os privados com «fortes receios, uma vez que podem ser chamados a suportar perdas significativas, o que tem se traduzido em nervosismo e afastamento de investidores privados».
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