Eurogrupo aprova 10,3 mil milhões de euros para a Grécia - TVI

Eurogrupo aprova 10,3 mil milhões de euros para a Grécia

Euclid Tsakalotos e Jeroen Dijsselbloem

Primeira a tranche de 7,5 mil milhões de euros chegará ao país em junho. FMI deverá participar no resgate desde que a reestruturação da dívida a torne sustentável, segundo o diretor da delegação do Fundo na Europa

Os ministros da zona euro acordaram já de madrugada, depois de 11 horas de reunião, disponibilizar um total de 10,3 mil milhões de euros para a Grécia, no âmbito do terceiro resgate financeiro. Era por este dia D que Atenas esperava, depois de no domingo ter o parlamento helénico ter aprovado mais medidas de austeridade.

A primeira tranche será de 7,5 mil milhões de euros e chegará ao país em junho, segundo o comunicado divulgado pelo Eurogrupo. 

Dívida: sim, mas...

O Fundo Monetário Internacional deverá participar no resgate, desde que a "análise à reestruturação da dívida mostre que a mesma se torne sustentável", afirmou o diretor da delegação do Fundo na Europa.

Na conferência de imprensa após o Eurogrupo, Poul Thomsen indicou que o FMI "sempre achou que a dívida é insustentável e que era necessário um alívio", cita a Lusa.

O responsável manifestou-se satisfeito com o acordo alcançado sobre "metodologia e objetivos" do processo de alívio da dívida.

O Eurogrupo tem vindo a admitir discutir um alívio da dívida grega, falando sempre em "debates sobre a sustentabilidade" da mesma, mas no comunicado que anunciou os pontos da reunião de ontem, a perspetiva era de "abordagem sequencial relativamente a possíveis medidas adicionais".

Seja como for, ainda é uma zona um pouco cinzenta, como se vê pelas declarações daquele responsável europeu.

A situação financeira da Grécia tem conhecido vários dias "D". Houve reuniões de carácter extraordinário do Eurogrupo,  meses e meses de negociações - na verdade, quase um ano - e muitos impasses pelo meio.

Portugal aplaude acordo

O ministro das Finanças português aplaudiu o acordo alcançado para a Grécia, em Bruxelas, onde marcou presença na reunião.

"O acordo atingido reforça a confiança na capacidade da construção daquilo que é o projeto europeu, da União Económica e Monetária"

Mário Centeno foi igualmente confrontado pelos jornalistas com as advertências do presidente do Eurogrupo, que vê "sérias razões" para sancionar Portugal e Espanha pelo incumprimento do défice de 2015. Desvalorizou, dizendo que o Governo "sabe exatamente o que tem de fazer". 

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