Transportes: faturas com número de contribuinte vão ver luz do dia - TVI

Transportes: faturas com número de contribuinte vão ver luz do dia

  • ALM com Lusa
  • 22 mai 2018, 10:02
Metro (MÁRIO CRUZ/LUSA)

Deco incentiva algarvios a denunciarem estado de paragens, estações e apeadeiros. Ao abrigo da campanha, que decorre até outubro, a associação apela à participação dos consumidores, que podem apresentar as suas queixas ou sugestões na plataforma www.queixasdostranportes.pt

Mais de três anos depois do problema ter sido levantado pela primeira vez, as várias empresas de transportes públicos de Lisboa e do Porto garantem que estão prestes a resolver todas as dificuldades que os clientes enfrentam quando querem comprar o passe com número de contribuinte para, por exemplo, deduzir no IRS, com benefícios fiscais que aumentaram em 2017, noticia a TSF

Desde 2015 que a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco) recebe reclamações de quem compra o passe e não consegue de imediato uma fatura com número de contribuinte, por impossibilidade do sistema informático das empresas de transportes.

Quem compra o passe tem, em várias empresas de transportes públicos, de ir depois à Internet pedir uma fatura com número de contribuinte. É assim em Lisboa, na CP ou no Porto, num transtorno para muitos clientes, como sublinha Ana Sofia Ferreira, jurista da Deco.

Deco incentiva algarvios a denunciarem estado de paragens, estações e apeadeiros 

Mas os problema que envolvem transportes públicos não passam só pelo bilhete e pela fatura. A Deco do Algarve lançou esta terça-feira uma campanha para incentivar os algarvios a denunciarem o estado em que se encontram as paragens de autocarro, estações e apeadeiros da região.

Através da ação “A Paragem da vizinha é melhor que a minha!”, a Deco/Algarve pretende que sejam denunciadas as condições em que se encontram os abrigos de passageiros no Algarve e apresentadas sugestões, informação para remeter depois às autoridades competentes, explicou à Lusa a porta-voz para esta campanha, Tânia Neves.

Abrigos completamente expostos e que não protegem as pessoas do sol, da chuva ou do vento, a falta de manutenção, de assentos, de iluminação, de limpeza e a ausência de informação sobre o serviço do transporte em causa são alguns dos problemas identificados num levantamento que a Deco fez nos últimos meses em vários pontos do Algarve.

"A ideia que transparece é que há um abandono do próprio espaço público, o que não pode acontecer", lamenta, acrescentando que as plataformas de embarque e desembarque de passageiros são infraestruturas que devem ser integradas no próprio espaço urbano, já que constituem, também, o desenho de uma localidade.

Segundo Tânia Neves, o setor dos transportes públicos continua a ser "um dos grandes problemas da região do Algarve", tendo, na última década, sido registada uma quebra de 25% na utilização dos transportes públicos coletivos na região, cuja rede está, muitas vezes, desajustada às reais necessidades dos passageiros.

"Reivindicamos que estejam garantidas as funções básicas de um abrigo, que são a proteção, a comodidade e a segurança dos passageiros", sublinha, acrescentando que a Deco está também preocupada "em que seja assegurada a modernização e uma adequação dos equipamentos às atuais exigências e contextos de mobilidade".

As sugestões e queixas recolhidas serão depois encaminhadas para as autoridades com competência na matéria, acrescentou aquela responsável, sublinhando que a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) "tem um papel importante de fiscalização perante as entidades diretamente responsáveis".

O levantamento do estado das plataformas na região abrangeu, até agora, cinco concelhos algarvios, mas a Deco quer estender o trabalho a toda a região, tarefa que vai continuar nos próximos meses.

A DECO prevê ainda algumas ações de contacto direto com a população, entre as quais, a realização de inquéritos.

Ao abrigo da campanha, que decorre até outubro, a Deco apela à participação dos consumidores, que podem apresentar as suas queixas ou sugestões na plataforma www.queixasdostranportes.pt.

Desde que a plataforma foi lançada, em março de 2016, o número de reclamações registadas no setor dos transportes públicos disparou, a nível nacional, para 4.021.

No Algarve, neste período, foram registadas 65 queixas, a maioria relativas aos serviços de transportes nas cidades de Faro e Portimão, número considerado satisfatório, já que antes praticamente não existiam queixas, concluiu Tânia Neves.

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