Austeridade anunciada é «muito superior» à exigida para cortar défice - TVI

Austeridade anunciada é «muito superior» à exigida para cortar défice

Medidas de consolidação valem cinco vezes mais do que a redução do défice público

As medidas de austeridade anunciadas pelo Governo e que sustentam o Orçamento Retificativo ontem aprovado valem cinco vezes mais do que a redução do défice público prevista para o conjunto de 2013. É que o Governo só se propõe a reduzir o défice estrutural em 0,7 pontos. Ou seja, a austeridade anunciada é muito superior à exigida para cortar o défice.

Défice orçamental terá ficado nos 8% no primeiro trimestre

De acordo com a edição desta sexta-feira do «Jornal de Negócios», que ouviu vários especialistas, só há duas explicações possíveis: uma passa por um eventual erro de calculo do Governo que terá conduzido a uma sobre-avaliação do valor das medidas de austeridade. Outra (justificação) pode estar relacionada com um eventual agravamento da despesa ainda não divulgado. De qualquer caso, os peritos alertam que se trata «de um problema deficiente de transparência orçamental».

Em março, o Ministério das Finanças anunciou que o pacote de austeridade este ano passaria a valer 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em vez de 3,2% e enalteceu o reforço dos cortes com o agravamento das condições económicas.

Hoje o mesmo jornal analisa as contas do Executivo e em estimativas da Comissão Europeia: e a conclusão é só uma, não era preciso tanto.

De acordo com o Governo de Passos, sem medidas extraordinárias o défice passaria dos 5,8% no ano passado para 5,6% ainda em 2013, mas é preciso compensar o efeito negativo do ciclo económico.
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