Cavaco: mais tempo para Portugal corrigir défice não seria problema - TVI

Cavaco: mais tempo para Portugal corrigir défice não seria problema

Cavaco Silva

Presidente sublinha que outros países também tem recebido facilidades

O Presidente da República diz que dar mais tempo a Portugal para cumprir as metas do défice não será um problema. Já se o país pedisse mais dinheiro, isso «não seria nada benéfico».

«Falando de uma forma muito aberta, eu diria que, nas circunstâncias atuais é cada vez maior o reconhecimento dos efeitos da recessão na Europa como um todo sobre os países que estão sujeitos a programas de ajustamento e, nesse sentido, o problema do tempo do cumprimento das metas perdeu força», disse Cavaco Silva, em Estrasburgo, numa conferência de imprensa no Parlamento Europeu.

O Presidente da República disse ainda que Bruxelas tem concedido mais tempo a Portugal para atingir as metas do défice, mas também tem feito o mesmo para países como Espanha ou França.

Cavaco Silva disse que situação leva-o a pensar que, «neste momento, o problema da data exata em que o país atinge um défice orçamental inferior a 3% [do Produto Interno Bruto] já não é tão determinante das políticas» dos credores portugueses.

O chefe de Estado sublinhou a importância de separar um pedido de mais tempo que, em sua opinião, «não criará problema», de uma solicitação de mais dinheiro, situação que «significava a negociação de um novo programa» de ajustamento, o que considerou que «não seria nada benéfico para Portugal».

Neste contexto, o Presidente da República voltou a sublinhar a importância de começar a preparar já hoje o período pós- troika, para saber se os mercados «avaliam positivamente Portugal» e se o país tem «condições de financiamento que permitam combater o flagelo do desemprego e colocar a taxa de crescimento da economia a níveis razoáveis para poder assegurar a sustentabilidade da dívida pública».

A 28 de maio, a Comissão Europeia propôs formalmente que Portugal possa ter mais um ano para corrigir o défice orçamental que, assim, deverá de ser de 5,5% este ano, de 4% em 2014 e de 2,5% em 2015.
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