FMI: Alemanha deve «evitar excessos» na austeridade - TVI

FMI: Alemanha deve «evitar excessos» na austeridade

Lagarde (Reuters)

Merkel deve reconsiderar alívio da consolidação, numa altura em que o desempenho orçamental do país está melhor do que o esperado

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou esta segunda-feira que a maior economia do euro, a Alemanha, não se deve exceder na consolidação orçamental. O mesmo é dizer que o país deverá «evitar excessos» no que toca à austeridade. Isto porque, ao contrário de Portugal, o seu desempenho orçamental está melhor do que o previsto.

O FMI deixa assim novos recados a Angela Merkel. Num relatório sobre a Alemanha (ao abrigo do Artigo IV), a instituição liderada por Christine Lagarde garante que os resultados orçamentais têm sido sucessivamente melhores que o estimado. Logo dado o fraco cenário macroeconómico que está a ser projetado - a economia deverá crescer apenas 0,3% este ano - o FMI considera «apropriado» que o país alivie a política orçamental, tornando-a ligeiramente mais expansionista.

Assim, este ano, a Alemanha deverá implemente «uma política orçamental branda, que consideramos apropriada». Para 2014, a consolidação orçamental deverá ser «apenas modesta», em linha com uma posição orçamental «neutral», que certifique que a dívida pública continue num ritmo firme de queda.

«No contexto do envelhecimento da população, os esforços recentes para aumentar a força de trabalho através de medidas fiscais (...) e o encorajamento da migração de trabalhadores altamente qualificados são bem-vindos», aconselha ainda o FMI, no mesmo relatório, para depois acrescentar: Essencial será ainda reduzir a carga fiscal dos salários mais baixos e aumentar a disponibilidade de creches de elevada qualidade.

Facilitar a entrada no país de trabalhadores de média qualificação e eliminar os desincentivos à natalidade no país são as outras propostas do Fundo.

O FMI pede também à Alemanha que assuma um papel predominante na liderança europeia e no aprofundar da integração da união monetária.

O país de Merkel encerrou 2012 com um excedente orçamental de 0,2% do PIB e uma dívida pública de 81,9% do PIB.

 

As estimativas do FMI apontam para que o PIB alemão registe um crescimento de 0,3% este ano, com a economia a recuperar na segunda metade do ano.
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