O ex-ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, disse esta noite, em entrevista à TVI, que o antigo primeiro-ministro, José Sócrates, não quis falar em 2011 - antes do pedido de resgate - com o então diretor do FMI «por razões políticas». Teixeira dos Santos revelou a Judite de Sousa esta quarta-feira no «Jornal das 8» o que disse a Sócrates: «Se não falas tu, falo eu» com o FMI.
«Com o agravamento das taxas e os cortes de rating começou a ser claro que a situação seria insustentável. E num jantar com Strauss-Kahn disse a Sócrates: 'Se tu não falas, falo eu'», adiantou.
O antigo tutelar da pasta das Finanças disse ainda que os cortes de rating dos principais bancos foram decisivos para o pedido de resgate, que viria a acontecer em abril desse ano.
«No início de abril, a Moody's cortou o rating de Portugal. Tinha perfeita consciência do rumo que as coisas estavam a ter e solicitei uma reunião com os principais banqueiros portugueses. A partir de dia 4 (de abril) - depois de constatar a situação dos bancos e a reação internacional - tornou-se claro que dificilmente poderíamos assegurar o financiamento no mercado», reconheceu Teixeira dos Santos, antes de acrescentar que «foram dias de muita tensão».
Teixeira disse a Sócrates: «Se não falas tu, falo eu» com o FMI
- Carla Pinto Silva
- com Filipe Caetano
- 26 jun 2013, 21:27
Cortes de rating dos principais bancos foram decisivos para o pedido de resgate
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