Zona euro em recessão este ano e com risco aumentado de desagregação - TVI

Zona euro em recessão este ano e com risco aumentado de desagregação

Moody`s - EPA/ANDREW GOMBERT

Moody's diz que risco de um país sair da moeda única é agora mais elevado

A Moody's reviu em baixa a previsão de crescimento da zona euro, esperando uma recessão até 1% este ano, e considera que o risco de um país sair da moeda única é mais elevado devido à quebra de solidariedade percecionada.

Na atualização de maio do 'Outlook' para 2013 e 2014, a agência de «rating» [avaliação] afirma esperar «uma recessão mais profunda e prolongada que o inicialmente previsto» e antevê já um crescimento negativo no primeiro semestre deste ano, salientando também as consequências nefastas para o desemprego.

Para além dos números, a agência de notação financeira Moody's, no relatório de maio sobre as perspetivas e os riscos da economia mundial, encontra também riscos políticos, considerando que as recentes decisões sobre o modelo do resgate a Chipre, nomeadamente a «aparente tolerância ao risco», e a «imprevisibilidade da formulação das políticas», criam condições para que um partido que defenda a saída da moeda única consiga chegar ao poder num dos 17 países que compõem o bloco do euro.

«A posição mais dura expressa pela Alemanha e por outros países centrais durante as negociações sobre o resgate do Chipre, juntamente com outros comentários de vários atores políticos, sugerem que a vontade dos países do norte fornecerem apoio financeiro aos seus parceiros do sul diminuiu significativamente. A tolerância dos decisores políticos ao risco aumenta a probabilidade de um país acabar por sair da moeda única», escreve a Moody's.

Ao mesmo tempo, acrescenta a Lusa, «qualquer decisão que suspenda a consolidação orçamental para dar um apoio mais claro à economia pode, ainda, desencadear novos receios dos mercados e dificultar o acesso ao financiamento».

«Embora tenha havido um claro progresso na redução dos desequilíbrios, o desafio de fazer mais cortes sem impedir o crescimento económico mantém-se. Os países periféricos precisam de manter a pressão nas reformas estruturais para relançar a atividade económica e reduzir o impacto do peso [do pagamento dos juros] da dívida. Isto, por seu lado, aumenta os riscos políticos internos associados à implementação de políticas impopulares, o que aumenta a probabilidade de um partido político que defenda a saída do euro consiga um dia chegar ao Governo», termina a Moody's.
Continue a ler esta notícia