A Bloomberg publicou a semana passada uma reportagem sobre os Açores, onde destaca o arquipélago como o destino de aventura que quer roubar o lugar da Islândia. A agência norte-americana realça que, tal como o primo do norte, o arquipélago português “oferece lindas paisagens” e constitui um ”local de paragem ultraconveniente no caminho para a Europa”. Mas, ao contrário da Islândia, os Açores continuam despercebidos. Uma situação que está prestes a mudar, vaticina o jornalista autor da reportagem.
Brandon Presser explica que, seguindo o exemplo da estratégia transatlântica da IcelandAir, a recentemente rebatizada Azores Airlines (originalmente chamava-se SATA) vai aumentar as ligações para grandes cidades europeias em 2017. Em teoria, as passagens aéreas ultra-acessíveis da empresa deverão aumentar o interesse na escala nos Açores.
O jornalista escreve que o plano é operar 972 voos totais no próximo ano (mais 46% do que em 2016) ligando passageiros norte-americanos de Boston, Oakland e Providence (Rhode Island) a destinos como Lisboa, Porto, Barcelona, Cidade da Praia (Cabo Verde), Londres e Frankfurt. A nova rota de Boston a Barcelona, por exemplo, terá preços a partir de 549 dólares (512 euros).
O artigo da Bloomberg explica que o arquipélgo dos Açores está organizado em três grupos geográficos – Ocidental, Central e Oriental – sendo São Miguel a ilha com maior número de habitantes e também a mais acessível.
O leitor fica a saber que é preciso um pequeno avião para visitar cada grupo de ilhas, embora também existam ligações por barco.
“O melhor é reservar algum tempo para explorar algumas das ilhas mais distantes: uma semana é o período ideal”, refere Brandon Presser.
Logo a seguir, o jornalista dá indicações sobre o que fazer em São Miguel, principal cidade da ilha, com uma população, de pouco mais de 70 mil habitantes. É a maior comunidade dos Açores e a sede do Governo Regional, que ostenta o maior aeroporto e o porto de cargas do arquipélago.
“Na ilha de São Miguel, comece pela Lagoa das Sete Cidades, conhecida como uma das sete maravilhas de Portugal”, refere o artigo. “Veja as duas cativantes lagoas - uma azul e outra verde - que se unem no fundo da cratera. Os turistas costumam explorar as imediações da caldeira, enquanto outros aproveitam para remar nessas águas etéreas”, acrescenta.
Para além dos cenários mais bucólicos da ilha, a animação na cidade de Ponte Delgada “contradiz a sua pequena população”, refere ainda o artigo.
“Com um estilo único de arquitetura religiosa esculpido em pedra vulcânica porosa, a área central colonial da capital pode ser melhor aproveitada à noite com uma caminhada entre as ruas estreitas ou com petiscos ao longo da orla”, sugere o texto.
Se o visitante puder ir apenas a uma das outras oito ilhas do arquipélago, o artigo da Bloomberg sugere que dê prioridade ao Pico.
“Oferece um poderoso contraponto a São Miguel, com cerca de um décimo da população e um enorme pico vulcânico cuja sombra se move pela paisagem como um relógio de sol”, refere o texto.
Sublinhando que escalar até a cúpula do Pico, uma caminhada que leva cerca de seis horas até o topo, ida e volta, a Bloomberg sublinha que há muitas outras atividades que fazem a visita valer a pena.
E dá um exemplo: no século XIX, o Pico era uma das grandes produtoras de vinho da Europa e servia a aristocracia com uma bebida forte que não se podia encontrar em nenhuma parte no continente. E embora uma praga tenha praticamente aniquilado a indústria nos anos 1850, ela está agora a recuperar.
“A ilha mantém uma cultura de tabernas, nas quais os visitantes podem parar para provar bebidas fortificadas e comprar algumas garrafas”, realça.