Se procura alojamento universitário, não entre em pânico - TVI

Se procura alojamento universitário, não entre em pânico

Não se atrase para ver se ainda consegue vaga na pouca oferta de Residências Públicas Universitárias

Com um filho ou mais na universidade é preciso ter atenção redobrada às contas da família.

Nesta altura do ano são muitos os jovens universitários que procuram alojamento para o ano letivo que se aproxima. Com os preços a dispararem e a falta de locais para arrendar, cidades como o Porto e Lisboa são quase proibitivas, mas em outras, como Coimbra e Faro a situação não é muito melhor.

Dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, do ano passado, revelavam que dos quase 114 mil estudantes que ficaram de fora da sua área de residência apenas 12% tiveram direito a alojamento universitário.

Em Lisboa há mais de 27 mil deslocados e apenas 2 mil camas - oferta da rede pública - ao nível do ensino superior . Segue-se a região de Coimbra com 16.791 estudantes fora da residência oficial e mais 15.608 deslocados na Área Metropolitana do Porto.

Sobre esta preocupação falámos, no espaço da Economia 24, com o presidente da Federação Académica de Lisboa, João Rodrigues.

Que opções de alojamento tem um jovem que vem estudar, por exemplo, para a capital?

Diminutas, infelizmente. As residências universitárias, claramente, não dão resposta às necessidades, quer em Lisboa quer em outras cidades. Tudo mudou na lógica do ensino superior e o número de residências, concretamente em Lisboa, é mesmo de há 20 anos [não falamos aqui das ofertas privadas que têm vindo a crescer com a reabilitação urbana]. E depois temos a pressão do mercado de arrendamento. Um flagelo que não é só para os estudantes universitários, mas que também tem repercussões no nosso meio, com rendas a rondarem os 450 euros. Ainda esta semana houve uma polémica porque um anúncio, no Facebook, pedia 650 euros por um quarto na zona de Entrecampos, em Lisboa.

Se juntarmos a isto, propinas, despesas escolares, transportes…

Saio caro estudar, infelizmente.

As residências universitárias públicas, como disse, são poucas porque estamos a falar de cerca de 2.000 camas. E as Repúblicas também são quase inexistentes?

O número é muito reduzido em Lisboa, mesmo as repúblicas ao nível de outras academias são reduzidas.

A Federação feito esforços junto do ministério da tutela e da câmara no sentido de alertar para o problema?

Temos. No caso da Federação Académica de Lisboa, lançamos um estudo em abril do presente ano, em fazíamos um retrato da habitação estudantil ao nível de Lisboa. O Governo tomou algumas opções, nomeadamente lançar um fundo para reabilitar edifícios, mas o tempo não para, mais estudantes vão chegar e há poucas respostas.

Qual o melhor conselho para quem está à procura?

Que não desistam de vir para o ensino superior. Estudar vale a pena. A formação superior vale, claramente, a pena. Ajuda-nos a sermos melhores cidadãos e a melhorar o nosso país. E depois procurar dirigir-se aos serviços de Ação Social das respetivas instituições às quais se candidataram e procurar perceber quais são as vagas para as candidaturas às residências [atenção que estão claramente em cima do prazo para se candidatarem]. Paralelamente ver, dentro do mercado de arrendamento global, quais as alternativas. E procurar com outros colegas estudantes, que venham para a mesma cidade, arredamento conjunto de um quarto ou uma casa.

Na sequência da conversa com João Rodrigues, a TVI24 foi olhar para um estudo da Worx com Uniplaces: “Relatório das Residências Universitárias de Estudantes em 2017.”

Lisboa, como seria de esperar, é a cidade que tem maior número de residências tanto públicas como privadas. No ano 2016, foram identificadas 106 unidades privadas e 29 públicas. Com a maior concentração de oferta, nomeadamente na zona central e ribeirinha da cidade – Estefânia, Saldanha, Avenidas Novas e zona ribeirinha de Santos.

Por sua vez, aos olharmos para o número de camas temos uma perspetiva totalmente diferente. Existiam aproximadamente 2.427 camas nas residências universitárias públicas e 1.966 nas residências privadas.

As entidades que disponibilizavam o maior número de camas na capital, eram na sua maioria instituições públicas. A Universidade de Lisboa contava com 1.350 camas, considerando-se assim entre um dos três maiores promotores nacionais, seguida pela Universidade Nova de Lisboa com 454 camas. O único promotor privado na lista era, à altura do estudo, a Housing Concept com 184 camas.

Quanto a valores em Lisboa, e segundo o mesmo estudo:

E no Porto?

O número de camas no Porto, era bastante mais reduzido ao compararmos com a Lisboa, mas, no entanto, o estudo identificou 690 camas nas residências públicas e privadas. À semelhança do que se verifica no número de unidades (residências), as residências privadas também lideram no número de camas oferecidas, sendo a média de camas por alojamento nas residências privadas e públicas de 26 e 21 camas respetivamente.

Tal como acontece nas outras cidades nacionais, a entidade que maior número de camas disponibiliza no Porto é uma instituição pública – a Universidade do Porto com 971 camas. Ao contrário do em Lisboa, no Porto 3 dos 5 promotores são privados, World SPRU era aquela que tem maior número de camas, 195.

No que toca aos valores de arrendamento por tipologia:

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