Dívida pública sobe no semestre e afasta-se da meta anual - TVI

Dívida pública sobe no semestre e afasta-se da meta anual

Orçamento do Estado em debate no Parlamento

Unidade Técnica de Apoio Orçamental estima que tenha ficado nos 131,6%. O Governo comprometeu-se com uma redução para 124,8% este ano

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estima que a dívida pública em percentagem do PIB tenha subido para 131,6% no primeiro semestre deste ano, valor que, a confirmar-se, fica acima da meta prevista pelo Governo para o conjunto do ano.

Na nota mensal sobre a dívida pública de julho, a que a agência Lusa teve acesso, a UTAO estima que a dívida pública no primeiro semestre tenha atingido os 240.100 milhões de euros, um acréscimo de 2.400 milhões em termos mensais e de 8.700 milhões de euros face ao final de 2015.

"De acordo com a informação disponível, a estimativa realizada aponta para que o valor central da dívida pública em percentagem do PIB no final do primeiro semestre tenha ascendido a 131,6% do PIB", escrevem os especialistas da UTAO.

"A confirmar-se, regista-se um acréscimo face ao valor provisório da dívida pública no final do primeiro trimestre (128,9% do PIB), sendo este valor superior ao previsto para o final do ano pelo FMI [Fundo Monetário Internacional] e pela OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico] (128,3% do PIB), pela Comissão Europeia (126% do PIB) e pelo Ministério das Finanças (124,8% do PIB)", avisa a UTAO.

No entanto, admitem os especialistas, existem fatores que podem "contribuir positivamente para uma aproximação" à projeção do Governo, como a amortização da Obrigação de Tesouro com maturidade em outubro de 2016, e a utilização de depósitos da administração central para recompra de dívida pública e/ou amortização do empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Por outro lado, existem também riscos que "concorrem negativamente para a projeção oficial", como a possível recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), a venda do Novo Banco abaixo do valor previsto ou o adiamento da mesma, ou a não concretização das projeções para o crescimento económico e para o deflator do PIB, enumera a UTAO.

Por último, referem que a dívida pública excluindo os depósitos da administração central terá atingido 121,7% do PIB no final do primeiro semestre, estando previsto 118,3% no final do ano.

No Programa de Estabilidade 2016-2020, o Governo comprometeu-se com uma redução da dívida pública para 124,8% este ano, para 122,3% em 2017, para 118,7% em 2018, para 114,5% em 2019 e para 110,3% em 2020.

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