Bruxelas garante que troika não controla finanças da Grécia - TVI

Bruxelas garante que troika não controla finanças da Grécia

Bancos fechados, dinheiro controlado. Neste graffiti fotografado em Atenas, na Grécia, lê-se "Não" escrito em alemão (Lusa/EPA)

Porta-voz da Comissão Europeia diz que as informações que dão conta do controlo do sistema da receita fiscal são "falsas" e "infundadas" e que as instituições apenas dão apoio técnico

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A porta-voz da Comissão Europeia Mina Andreeva disse, nesta terça-feira, que são "falsas" e "infundadas" as informações que dão conta de que a troika controla o sistema de receita fiscal da Grécia, garantindo que as instituições apenas dão apoio técnico.

"Alegar que a troika controla simplesmente não é verdade", afirmou Mina Andreeva, depois de questionada por jornalistas sobre declarações do ex-ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis.

A porta-voz garantiu que a intervenção das instituições - Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional - é apenas de "assistência técnica".

As negociações entre a Grécia e os credores internacionais para um terceiro resgate, estimado em até 86 mil milhões de euros a três anos, começaram oficialmente nesta terça-feira

Uma dúzia de técnicos da Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE), Mecanismo de Estabilização Europeu (MEE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) visitaram esta manhã a Secretaria Geral de Contabilidade. 

Há mais de um ano que os representantes da Comissão Europeia, BCE e FMI  não se deslocavam ao país.   

Nesta primeira etapa das negociações, os técnicos vão recolher dados sobre o estado das finanças públicas para fazer uma nova avaliação à luz do impacto que tiveram as restrições bancárias impostas há um mês na evolução financeira. 

As negociações têm como objetivo finalizar o novo empréstimo ao país, num valor que pode chegar aos 86 mil milhões de euros, depois de um entendimento nesse sentido ter sido alcançado a 13 de julho, após duras conversações entre Atenas e os dirigentes dos países da zona euro.
   
No entanto, apesar do entendimento, a Grécia pode ter de aprovar medidas adicionais de austeridade para receber o mais rápido possível a ajuda constante no terceiro resgate.

"São esperadas mais reformas por parte das autoridades gregas para permitir um desembolso rápido no âmbito do MEE", sublinhou a porta-voz da Comissão Europeia, Mina Andreeva, numa conferência de imprensa. "Isto também está a ser discutido agora", esclareceu ainda.

Atenas e Bruxelas querem que as negociações fiquem concluídas antes da segunda quinzena de agosto.   

A Grécia, que enfrenta problemas de liquidez, tem de pagar a 20 de agosto mais de 3 mil milhões de euros ao BCE e 1,5 mil milhões de euros ao FMI em setembro.


O plano secreto de Varoufakis

Segundo um diário conservador grego, alguns membros do Syriza, entre os quais Yanis Varoufakis, desenharam um plano que previa a criação de um sistema bancário paralelo e que incluia piratear passwords de contribuintes e empresas. 

A polémica estalou no fim de semana. O jornal Kathimerini divulgou excertos de uma teleconferência que ocorreu a 16 de julho e na qual o ex-ministro das Finanças Yanis Varoufakis terá explicado a investidores internacionais o "plano B" do Syriza. A reunião terá sido coordenada por Norman Lamont, antigo ministro das Finanças do Reino Unido, e Varoufakis saberia que a conversa estava a ser gravada

Varoufakis estaria a trabalhar com uma equipa pequena, de apenas cinco pessoas. O esquema implicava ter acesso às passwords que contribuintes e empresas usam para aceder aos serviços fiscais. Isto permitiria criar um sistema bancária paralelo e, caso os bancos fossem forçados a fechar, as operações entre Estado e agentes económicos seriam salvaguardadas. Em euros, mas também em dracmas, caso fosse necessário voltar à moeda antiga.
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