Passos diz que «não há razão» para vender Novo Banco «à pressa» - TVI

Passos diz que «não há razão» para vender Novo Banco «à pressa»

PM afirma ser «interesse de todos que este processo se possa desenvolver da forma mais expedita possível. Não é vender à pressa, amanhã, não há nenhuma razão para isso»

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Depois de falar da saída de Vítor Bento da admnistração do Novo Banco e de elogiar a intervenção do governador do Banco de Portugal (BdP), o primeiro-ministro disse ser do interesse geral vender a instituição «nas melhores condições possíveis.»

«É do interesse de todos que este processo se possa desenvolver da forma mais expedita possível. Não é vender à pressa, amanhã, não há nenhuma razão para isso. É para vender nas melhores condições possíveis de modo a minimizar a incerteza", afirmou Pedro Passos Coelho, que falava aos jornalistas à margem da abertura da sessão comemorativa do 35.º aniversário do SNS, em Lisboa.

As declarações do chefe de governo acontecem um dia depois de o Banco de Portugal ter confirmado que Eduardo Stock da Cunha fora o escolhido para suceder a Vítor Bento, que pediu para deixar o cargo passados dois meses da nomeação para a liderança do Novo Banco.

Passos Coelho elogiou a atuação do ex-líder, que «foi decisiva para que o projeto se iniciasse com muita credibilidade, o que é importante para a estabilidade do sistema financeiro».

Posteriormente, o primeiro-ministro enalteceu ainda as "boas decisões" que Carlos Costa, governador do BdP, tem vindo a tomar. «Agradecemos ao senhor governador do Banco de Portugal não ter andado a tapar o sol com a peneira, fazer de conta que o problema não existia, a empurrar com a barriga para a frente, como porventura se fez no passado.»

Passos Coelho lembrou também que a situação do BES foi um contratempo no processo de recuperação económica e «também não ajuda um Governo que tem eleições daqui a um ano.»

«Se tivéssemos interesse em tapar o problema para poder fazer as eleições [legislativas de 2015] mais confortáveis, se calhar estaríamos muito aborrecidos com o senhor governador do BdP, por ter atuado como atuou. Mas não estamos. Estamos a dar todo o apoio, porque achamos que quando temos um problema ele tem de ser enfrentado e resolvido. Com eleições ou sem eleições», afirmou o primeiro-ministro.

A nova equipa de gestão do Novo Banco inclui Eduardo Stock da Cunha como presidente e o novo Conselho de Administração integrará Jorge Freire Cardoso, como administrador responsável pela área financeira, contando também com Vítor Fernandes e José João Guilherme.

A visão de Bruxelas

A Comissão Europeia defende que o Novo Banco deve ser vendido o mais rapidamente possível e que a alienação do banco pode ser feita em partes a vários interessados.

«Em ordem a ser viável, deve ser vendido e integrado num banco que seja capaz de continuar as suas atividades de maneira viável», disse hoje o porta-voz do comissário da concorrência, Joaquín Almunia, na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia.

Já posteriormente, em resposta escrita à Lusa, a Comissão Europeia acrescentou que «quanto mais rápido a venda acontecer» melhor, uma vez que esta é a melhor maneira de «a viabilidade dos ativos poder ser assegurada».

Sobre o modo como essa alienação pode acontecer, Bruxelas fez questão de explicitar que «os ativos não precisam de ser vendidos em bloco a uma entidade», podendo ser tomada a opção de vender «em separado a várias entidades».
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