Ministro avisa: «O pior ainda está para vir»

O ministro das Finanças deixou este fim-de-semana em Washington um sério aviso aos portugueses: Vítor Gaspar reconhece que o mais difícil ainda está para vir, no que diz respeito às medidas previstas pelo programa de ajustamento da economia portuguesa.

Na capital dos EUA, onde participou nos encontros anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, o ministro das Finanças afirmou que a aplicação do programa de resgate a Portugal beneficia de um consenso político alargado, o que lhe permite ser optimista em relação ao sucesso do programa. Um programa que, ressalvou, só será bem sucedido, se criar condições de crescimento para a economia nacional.

Também em Washington, e durante os encontros, o ministro afirmou que Portugal não poderá regressar ao mercado da dívida antes do final de 2013.

À margem dos encontros oficiais, Gaspar participou num seminário juntamente com o milionário George Soros e o colunista do jornal «Financial Times», Wolfgang Munchau, entre outros.

Recessão mais grave do que o previsto

Recorde-se que Passos Coelho, também este fim-de-semana, admitiu à agência Dow Jones que a recessão vai ser mais grave do que o previsto.

Esta será a consequência dos cortes que vão constar da proposta de Orçamento para 2012, ano em que será preciso fazer a maior dose do ajustamento orçamental que está em curso.

No próximo ano, a economia deverá encolher 2,3%, contra a actual previsão de uma recessão de 1,8%, reafirmada recentemente pelo próprio FMI.

Em relação a este ano, o panorama deverá ser ligeiramente menos grave, com uma recessão de 1,8%, face à previsão de 2,2%.