Pires de Lima adiantou ainda que calcula-se que 15 mil veículos da Seat também estejam afetados com o sistema de manipulação de emissões, mas o número final ainda não está apurado.
Até ao final de novembro, o grupo automóvel vai divulgar o plano que delineou para corrigir o problema.
O governante defendeu que a Volkswagen deve ainda assumir todas as eventuais responsabilidades ambientais e fiscais que possam decorrer deste processo.
“A fraude tem custos técnicos, mas também pode ter custos fiscais”
O grupo de trabalho criado pelo Governo para assegurar a monitorização das ações decorrentes da fraude da Volkswagen, que se reuniu hoje novamente no Ministério da Economia, tem de apresentar um relatório até 02 de novembro.
O ministro da Economia, Pires de Lima, que presidiu à reunião, deixou na passada terça-feira uma mensagem de confiança no investimento que foi assinado há pouco mais de um ano com o Estado português e que está em execução na Autoeuropa: "não temos nenhum sinal da Volkswagen que possa por em causa o plano de execução que foi aprovado pelo Estado".
O grupo de trabalho, criado pelo Governo português a 30 de setembro, é composto pelos secretários de Estado da Inovação, Pedro Gonçalves, dos Transportes, Sérgio Monteiro, e do Ambiente, Paulo Lemos e nele incluem-se também técnicos do Instituto da Mobilidade e Transporte e da Agência do Ambiente.
Este grupo de trabalho, segundo o despacho do executivo publicado em Diário da República, tem o "objetivo de monitorizar e avaliar as linhas de atuação face aos impactos da crise da Volkswagen, assegurando o respeito pelo ambiente, a fiscalidade, os direitos dos consumidores e a proteção e salvaguarda dos interesses do Estado Português".
O grupo Volkswagen detém em Portugal a fábrica da Autoeuropa, onde são produzidos os modelos Volkswagen Eos, Scirocco e Sharan e Seat Alhambra.
Se é cliente da Volkswagen em Portugal pode consultar, no site da marca, informação sobre o seu veículo e ficar a saber se ele foi afetado pelo software que causa discrepâncias nas emissões de gases poluentes.
O grupo alemão Volkswagen indicou esta quinta-feira que vai chamar à revisão 8,5 milhões de veículos equipados com motores manipulados, na União Europeia (UE), a partir de janeiro de 2016.O grupo vai contactar os clientes e informá-los diretamente.
Também esta quinta-feira a polícia fiscal italiana (Guardia di Finanza) fez buscas na sede do grupo Volkswagen em Verona e na subsidiária Lamborghini em Bolonha, relacionadas com o escândalo das emissões fraudulentas dos motores a gasóleo.
Recorde-se que a 18 de setembro a Volkswagen reconheceu que instalou em 11 milhões de veículos em todo o mundo um dispositivo de manipulação de emissões.
O escândalo levou à demissão do presidente executivo do grupo, Martin Winterkorn. Matthias Müller, até então presidente da Porsche, foi chamado a substituir o presidente demissionário.