Transportadoras aéreas queixam-se da França a Bruxelas devido a greves - TVI

Transportadoras aéreas queixam-se da França a Bruxelas devido a greves

  • (Atualizada às 13:07) ALM com Lusa
  • 24 jul 2018, 11:18
Avião

International Airlines Group inclui Aer Lingus, British Airways, Iberia, Vueling e LEVEL, a que se juntaram Ryanair, a easyJet e a Wizz Air. Comissão Europeia já disse que vai analisar a queixa

O International Airlines Group (IAG), a Ryanair, a easyJet e a Wizz Air apresentaram queixas à Comissão Europeia contra França, por proibir voos nas greves de controladores de tráfego aéreo e, assim, restringir o direito comunitário de liberdade de circulação.

Em comunicado, as transportadoras aéreas garantem não questionar o direito à greve, mas argumentam que França está a infringir as leis da União Europeia (UE) ao não permitir voos em todo o país durante as greves, negando, desta forma, a “liberdade fundamental de viajar entre os Estados membros não afetados pela greve”.

Até agora, as greves dos controladores de tráfego aéreo franceses aumentaram 300% em relação a 2017. No mês passado, o Senado francês confirmou que, isoladamente, França é responsável por 33% dos atrasos de voos na Europa”, lê-se no comunicado hoje divulgado.

Willie Walsh, presidente executivo do IAG, argumentou que o “direito de greve precisa ser equilibrado contra a liberdade de movimento”, notando que as greves tanto têm afetado os passageiros que entram e saem de França, como os que viajam em rotas que sobrevoam França, “especialmente o grande espaço aéreo que cobre Marselha e o Mediterrâneo”.

Pela transportadora irlandesa de baixo custo Ryanair, o seu presidente executivo, Michael O'Leary, referiu que quando a Grécia e a Itália têm greves de controladores os “sobrevoos continuam normais”, pelo que questiona a razão de França não fazer o mesmo.

O’Leary também garantiu haver falta de pessoal no controlo do espaço aéreo face aos voos programados noutros países europeus, o que apelidou de “irregularidades inaceitáveis”.

Johan Lundgren, CEO da easyJet, contabilizou 24 dias de greve este ano, enquanto József Váradi, CEO da Wizz Air, argumentou que o “fracasso das autoridades francesas de controle de tráfego” tem deixado às companhias aéreas a responsabilidade de garantir os serviços.

Segundo o Eurocontrol, organismo europeu de segurança na navegação aérea, mais de 16 mil voos foram adiados até junho devido a greves dos controladores, afetando mais de dois milhões de passageiros.

Ainda segundo o mesmo comunicado, no verão passado, a Comissão Europeia informou que, desde 2005, ocorreram cerca de 357 greves.

O IAG inclui as transportadoras Aer Lingus, British Airways, Iberia, Vueling e LEVEL.

Uma queixa que, entretanto, a Comissão Europeia já disse que vai analisar a queixa. Referindo não caber a Bruxelas comentar lutas laborais e que a greve é um direito fundamental, um porta-voz do executivo comunitário acrescentou, na habitual conferência de imprensa diária, que os atrasos e cancelamentos de voos têm um “impacto negativo nos passageiros e em toda a economia europeia”.

O mesmo porta-voz informou que depois de recebida a queixa, o executivo vai analisar os argumentos apresentados e recordou que todos os passageiros europeus “estão protegidos” por várias normas, que incluem nomeadamente compensações monetárias.

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